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"Barões" socialistas pedem prudência a Hollande em reforma administrativa

Em sua entrevista coletiva na última terça-feira (14), o presidente François Hollande disse que a França deve economizar 50 bilhões de euros, 160 bilhões de reais, até 2017. Os jornais de hoje (17) analisam dois setores sujeitos a cortes para se adaptar a esses tempos de crise e vacas magras.

Capas de jornais franceses.
Capas de jornais franceses.
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Hollande lançou pistas sobre a reforma do chamado "mil folhas" administrativo francês. Enquanto o Brasil conta com uma estrutura formada por municípios, estados e união, a França tem uma unidade territorial interestadual adicional, chamada de departamento, que gera mais despesas de funcionamento.

O líder socialista propôs a fusão de regiões metropolitanas, equivalentes aos estados brasileiros, que passariam de 22 para 15, e a redução do número desses departamentos interestaduais dos atuais 101 para talvez a metade. Esta reforma administrativa, discutida no país há duas décadas, nunca foi executada porque reduz os cargos políticos. Porém, diante do rombo atual nas contas públicas, ela parece inevitável.

Segundo o jornal Le Figaro, o projeto de Hollande não entusiasma os parlamentares de seu próprio partido. Os socialistas governam a maioria das regiões francesas (21 das 22 localizadas em território europeu) e cobram prudência na reforma. "Cuidado com a revolta dos barões socialistas", adverte o diário conservador.

O Libération, animado com o projeto, sugere um casamento entre as regiões, os departamentos e os municípios franceses, destacando em seu editorial que não se trata de uma questão financeira ou contábil. "Esta é uma reforma política necessária para melhorar a democracia participativa local", defende o Libération, lembrando que o sistema atual custa caro e está ultrapassado.

Seguro-desemprego

O governo também pode efetuar cortes no seguro-desemprego, um item que pesa cada vez mais no orçamento. Os jornais Les Echos e L'Humanité destacam em suas manchetes a abertura de negociações, nesta sexta-feira (17), entre empresários e sindicatos de trabalhadores. Um dos temas em discussão é o financiamento das indenizações pagas aos desempregados.

L'Humanité, jornal do Partido Comunista, afirma que somente 47% das pessoas sem trabalho na França recebem indenização do Estado, "mas o patronato acha que já é muito". O liberal Les Echos revela que uma entidade patronal, que reúne as cem maiores empresas francesas, quer reduzir o tempo de indenização de 2 anos para um ano e meio, e diminuir o valor do benefício, atualmente em torno de 60% dos últimos salários.

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