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Manifestações anti-Hollande revelam crise profunda da sociedade francesa

A imprensa francesa desta quarta-feira (29) tenta descobrir quem são os militantes anti-François Hollande que voltaram a desfilar com palavras de ordem violentas contra o presidente francês no último domingo. Para Le Parisien, mesmo marginal, essa radicalização mostra a crise profunda que atravessa a sociedade francesa.O discurso do Estado da União de Barack Obama também está em destaque na primeira pagina dos jornais franceses de hoje.

Capa dos jornais franceses, Aujourd'hui en France, Le Figaro, Libération, Les Echos, L'Equipe, L'Humanité e La Croix desta quarta-feira, 29 de janeiro.
Capa dos jornais franceses, Aujourd'hui en France, Le Figaro, Libération, Les Echos, L'Equipe, L'Humanité e La Croix desta quarta-feira, 29 de janeiro.
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O Aujourd’hui em France/Le Parisien fez uma investigação para descobrir quem são os manifestantes que desfilaram no último domingo contra o presidente François Hollande e se radicalizam. O tabloide afirma que o coletivo que organizou o "dia de revolta" é pouco transparente e pouco coerente.

Violência verbal

Os manifestantes radicais vêm da extrema direita, de grupos católicos integristas, dos extremistas do movimento contra o casamento gay, de fãs do humorista Dieudonné, proibido recentemente pela Justiça, de militantes contra a alta dos impostos e de vários outros pequenos grupos. Le Parisien lembra que a violência e o conteúdo das palavras de ordem contra o presidente, contra os judeus, os muçulmanos e os homossexuais, que até então só eram publicadas na internet, chocaram. Mas, mesmo marginal, esse movimento xenófobo desorienta os responsáveis políticos.

Para Le Parisien, essa radicalização mostra a crise profunda que atravessa a sociedade francesa. E o clima deve continuar tenso, alerta o jornal, informando que no próximo domingo, o movimento contra o casamento gay volta a protestar nas ruas de Paris e Lyon e que esses radicais anti-Hollande devem aproveitar a ocasião para se exprimir novamente com violência.

Discurso de Obama

A imprensa francesa acha que Barack Obama partiu para a ofensiva em seu discurso do Estado da União, pronunciado na noite de ontem, em Washington.
Essa é a análise do Les Echos. Segundo o diário econômico, apesar da obstrução do Congresso americano, o presidente parece disposto a usar todos os recursos do poder presidencial para impedir que o Legislativo volte a paralisar o país como em 2013. Obama quer aumentar por decreto o salário mínimo dos funcionários federais. Com essa nova tática, ele tenta dar um novo impulso a seu segundo mandato.

De olho nas eleições legislativas de novembro

Le Figaro concorda com essa análise e diz que o presidente americano, enfraquecido politicamente, tenta ganhar novo fôlego defendendo a classe média americana e lutando contra as desigualdades. O jornal conservador escreve que Obama está de olho nas eleições legislativas deste ano.

Se não houver surpresas, as pesquisas indicam que a relação de forças favorável aos republicanos e contra o Partido Democrata do presidente no Congresso vai continuar. O presidente, que pode até perder terreno no Senado, mostra com o discurso do Estado da União que não se considera ainda vencido, acredita Le Figaro.
 

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