"Mediação entre opositores e presidente da Ucrânia está muito difícil", dizem ministros da UE
A delegação formada pelos ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Polônia, que chegou na manhã desta quinta-feira (20) na capital Kiev em busca de uma saída para a crise, vai ficar na cidade mais tempo do que o previsto. As negociações estão complicadas entre os líderes da oposição e o presidente Viktor Yanukovitch. Em Bruxelas, os outros ministros do bloco votaram sanções contra "os que estão com as mãos sujas de sangue".
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Em pleno banho de sangue - 75 mortos nos dois últimos dias - os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, da França, Laurent Fabius, e da Polônia, Radoslaw Sikorski, iniciaram hoje uma mediação entre os líderes da oposição e o presidente Viktor Yanukovitch, em busca de uma solução pacífica para o conflito que deixou o país à beira uma guerra civil. Sessenta manifestantes foram mortos a tiros hoje, em Kiev.
O ministro francês Laurent Fabius anunciou que nenhum acordo foi conseguido até a noite de quinta-feira e que depois de um encontro com os líderes da oposição, a delegação estava a caminho de uma nova reunião com o presidente ucraniano. "Ainda existem divergências muito grandes", reconheceu o chefe da diplomacia francesa.
Eleições antecipadas em 2014 e a formação de um governo de união nacional fariam parte das negociações entre as partes.
Reação internacional
No plano internacional, a chanceler Angela Merkel e os presidente Barack Obama, dos Estados Unidos, e Vladimir Putin, da Rússia, conversaram por telefone antes de concordar que é preciso encontrar uma solução política à crise na Ucrânia o mais rapido possível e que "o banho de sangue deve acabar".
"Estamos escandalizados com as imagens das forças ucranianas usando armas automáticas contra o seu próprio povo", declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. Os Estados Unidos fizeram um apelo ao presidenteYanukovitch para que ordene a retirada imediata das forças de segurança que vêm atirando contra civis no centro de Kiev. A Casa Branca também anunciou que vai trabalhar lado a lado com os europeus para punir os responsáveis pelos crimes.
A Rússia reiterou o seu apoio ao presidente da Ucrânia, cujo governo adotou ontem uma lei antiterrorista que permite aos policiais atirar com balas reais.
Sanções da União Europeia
Em Bruxelas, aconteceu o que já era esperado: depois de passar o dia reunidos, os ministros das Relações Exteriores do bloco decidiram sancionar os dirigentes ucranianos responsáveis pelas violências cometidas nesses dois últimos dias. Eles terão seus vistos suspensos e os bens congelados.
"As sanções são para aqueles que estão com as mãos sujas de sangue na Ucrânia", declarou a chanceler italiana Emma Bonino, na saída da reunião.
Banho de sangue
A morte de 60 manifestantes em Kiev aconteceu quando eles romperam o cordão de isolamento policial e retomaram o controle da Praça da Independência, símbolo da manifestação contra o o governo do presidente Viktor Yanukovitch. Os policiais e membros de unidades antiterroristas atiraram com armas automáticas contra o povo.
Mesmo correndo risco de vida, os opositores ucranianos continuam acampados na Praça da Independência.
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