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Ucrânia/Crise política

"Mediação entre opositores e presidente da Ucrânia está muito difícil", dizem ministros da UE

A delegação formada pelos ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Polônia, que chegou na manhã desta quinta-feira (20) na  capital Kiev em busca de uma saída para a crise, vai ficar na cidade mais tempo do que o previsto. As negociações estão complicadas entre os líderes da oposição e o presidente Viktor Yanukovitch. Em Bruxelas, os outros ministros do bloco votaram sanções contra "os que estão com as mãos sujas de sangue".

Os ministros das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, da Polônia, Radoslaw Sikorski (atrás ) e da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier (de cabelos brancos), em Kiev, na Ucrânia, em 20 de fevereiro de 2014.
Os ministros das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, da Polônia, Radoslaw Sikorski (atrás ) e da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier (de cabelos brancos), em Kiev, na Ucrânia, em 20 de fevereiro de 2014.
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Em pleno banho de sangue - 75 mortos nos dois últimos dias - os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, da França, Laurent Fabius, e da Polônia, Radoslaw Sikorski, iniciaram hoje uma mediação entre os líderes da oposição e o presidente Viktor Yanukovitch, em busca de uma solução pacífica para o conflito que deixou o país à beira uma guerra civil. Sessenta manifestantes foram mortos a tiros hoje, em Kiev.

O ministro francês Laurent Fabius anunciou que nenhum acordo foi conseguido até a noite de quinta-feira  e que depois de um encontro com os líderes da oposição, a delegação estava a caminho de uma nova reunião com o presidente ucraniano. "Ainda existem divergências muito grandes", reconheceu o chefe da diplomacia francesa.

Eleições antecipadas em 2014 e a formação de um governo de união nacional fariam parte das negociações entre as partes.

Reação internacional

No plano internacional, a chanceler Angela Merkel e os presidente Barack Obama, dos Estados Unidos, e Vladimir Putin, da Rússia, conversaram por telefone antes de concordar que é preciso encontrar uma solução política à crise na Ucrânia o mais rapido possível e que "o banho de sangue deve acabar".

"Estamos escandalizados com as imagens das forças ucranianas usando armas automáticas contra o seu próprio povo", declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. Os Estados Unidos fizeram um apelo ao presidenteYanukovitch para que ordene a retirada imediata das forças de segurança que vêm atirando contra civis no centro de Kiev. A Casa Branca também anunciou que vai trabalhar lado a lado com os europeus para punir os responsáveis pelos crimes.

A Rússia reiterou o seu apoio ao presidente da Ucrânia, cujo governo adotou ontem uma lei antiterrorista que permite aos policiais atirar com balas reais.

Sanções da União Europeia

Em Bruxelas, aconteceu o que já era esperado: depois de passar o dia reunidos, os ministros das Relações Exteriores do bloco decidiram sancionar os dirigentes ucranianos responsáveis pelas violências cometidas nesses dois últimos dias. Eles terão seus vistos suspensos e os bens congelados.

"As sanções são para aqueles que estão com as mãos sujas de sangue na Ucrânia", declarou a chanceler italiana Emma Bonino, na saída da reunião.

Banho de sangue

A morte de 60 manifestantes em Kiev aconteceu quando eles  romperam o cordão de isolamento policial e retomaram o controle da Praça da Independência, símbolo da manifestação contra o o governo do presidente Viktor Yanukovitch. Os policiais e membros de unidades antiterroristas atiraram com armas automáticas contra o povo.

Mesmo correndo risco de vida, os opositores ucranianos continuam acampados na Praça da Independência.

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