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Ucrânia/Crise

Ucranianos terão que construir um novo país, diz imprensa

O tumultuado final de semana que terminou com a saída do presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovitch, do poder foi o destaque dos jornais franceses nesta segunda-feira (24). Mas longe do entusiasmo, a imprensa se questiona sobre o que está por vir no país.

Capa dos jornais franceses L'Humanité, Les Echos, Libération e La Croix desta segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014.
Capa dos jornais franceses L'Humanité, Les Echos, Libération e La Croix desta segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014. Montagem/RFI
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Em editorial na capa, o jornal La Croix afirma que a Ucrânia vai ter que "inventar um futuro". Para isso, as eleições presidenciais de 25 de maio próximo serão cruciais, mas o jornal é realista.

O agora ex-presidente Viktor Yanukovitch ainda tem aliados fortes e influentes no país. E, no exterior, a Rússia, que apoiou Yanukovitch até o último minuto, também exerce um papel importante na política interna ucraniana.

O jornal avalia ainda que a saída de Yanukovitch foi uma vitória para os manifestantes do "Maidan", a praça da Independência em Kiev, mas esse entusiasmo popular é "frágil" e não deve durar muito.

Desafios internos

O Libération traz uma lista desses desafios. O primeiro é o de restaurar a ordem institucional no país. Nesse momento, todas as instituições são provisórias e o país precisa com urgência criar um sistema político confiável e transparente.

O jornal progressista destaca que, como na época da Revolução Laranja em 2004, os ucranianos mostraram a força da pressão popular. A diferença é que agora, escreve Libération,  boa parte dos ucranianos não acredita mais em um "salvador da Pátria" ou em um líder carismático que resolverá todos os problemas. Eles querem realmente uma democracia que funcione, avalia o diário.

E, para isso, a oposição vai ter que trabalhar duro. Libération escreve que, libertada no sábado, a ex-primeira-ministra ucraniana Iúlia Timochenko aparece como um dos nomes fortes da oposição. Mas restam ainda os líderes mais radicais que comandaram os protestos em Kiev e que não têm ainda nenhuma experiência política.

Questão territorial

A Ucrânia tem uma particularidade. No leste do país, várias regiões têm o russo como língua materna, embora os falantes sejam ucranianos. No oeste, a população adota a língua ucraniana. Desde o fim da União Soviética, há mais de 20 anos, os dois lados partilham, de forma geral, o objetivo de ter uma Ucrânia "forte e unida". Mas, escreve o jornal econômico Les Echos, o presidente destituído Yanukovitch poderia incentivar movimentos separatistas.

No momento, essas são apenas especulações, mas os líderes europeus levam esses riscos a sério, informa o jornal Le Figaro. Prova disso é que tanto o presidente francês, François Hollande, quanto a chanceler alemã, Angela Merkel, insistem que a unidade territorial ucraniana tem que ser conservada.

 

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