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Imprensa

Imprensa analisa impacto político de alta do desemprego na França

As relações entre o desempenho da economia francesa e as suas consequências políticas aparecem nas capas dos jornais franceses desta manhã. E a má notícia da alta do desemprego na França no mês de fevereiro é, sem dúvida, o principal destaque.

Capa dos jornais franceses Libération, Le Figaro e Les Echos desta quinta-feira, 28 de março de 2014.
Capa dos jornais franceses Libération, Le Figaro e Les Echos desta quinta-feira, 28 de março de 2014. REUTERS/Romeo Ranoco
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O jornal Les Echos é taxativo. Na capa, o jornal econômico afirma que os números do desemprego têm o efeito de um "tapa" e chegam em um péssimo momento para o presidente François Hollande. Essa é a quarta alta consecutiva da taxa de desemprego no país e contradiz a promessa do governo de estabilizar o nível de desemprego. A França tem hoje 3,35 milhões de desempregados e, os trabalhadores com mais de 50 anos, são os mais atingidos.

O “pacto de responsabilidade”, que vai instituir uma baixa da carga fiscal das empresas, é a grande aposta do governo para inverter a tendência de alta do desemprego. Mas a medida não é uma fórmula mágica e, sem um forte crescimento econômico à vista, o jornal avalia que o governo pode, apenas, pedir mais "paciência" aos franceses. Mas os resultados do primeiro turno das eleições municipais mostram que a população francesa está mais do que impaciente, avalia o jornal.

Esquerda em pânico

A manchete do jornal Le Figaro é simples e direta: "O desemprego explode e a esquerda entra em pânico". Para o diário conservador, a três dias do segundo turno das eleições municipais, a forte alta do desemprego vai ser vista pelos eleitores como um fracasso do governo. Dentro do próprio Partido Socialista, diz o jornal, as críticas se tornam cada vez mais ferozes. Militantes históricos do partido dizem estar decepcionados com o presidente que prometia "mudanças imediatas" e profundas.

Guinada à esquerda

O jornal Libération se pergunta se o Partido Socialista não deveria dar uma verdadeira guinada à esquerda. Para o Libé, os socialistas estão divididos entre o que quer o eleitorado e entre a sua política econômica atual.

Mas, para reconquistar a sua base eleitoral, o PS vai ter que mudar de rumo. Nas próximas semanas, o governo deve lançar medidas para diminuir a carga tributária dos contribuintes franceses. A prioridade absoluta será o aumento do poder aquisitivo das famílias com renda mais baixa. Esse é, justamente, o perfil do eleitor que vota na esquerda, mas que não foi votar no domingo passado por se sentir decepcionado.

As novas medidas não devem, porém, ter impacto já no segundo turno deste domingo, mas podem ser uma luz no fim do túnel, avaliam alguns socialistas. O problema é que, antes disso, o programa do governo está focado no chamado "pacto de responsabilidade" que promete reduções de impostos para a classe empresarial, uma medida que foi mal-recebida pela ala esquerda do Partido Socialista.

 

 

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