Manuel Valls têm missão conciliadora dificílima, afirmam jornais
Le Figaro e Le Monde dedicam seus editoriais ao pacto social proposto pelo governo francês. De acordo com Le Figaro, o grande desafio que o novo primeiro ministro, Manuel Valls, tem pela frente é mediar os conflitos entre os sindicatos, que chamam o pacto social austero proposto pelo governo de "presente ao patronato"; e as associações empresariais, que, sem uma redução fiscal, se dizem incapazes de combater o desemprego que já afeta 3,35 milhões de franceses.
Publicado a:
O diário escreve que "como foi demonstrado milhares de vezes, tanto a regulação trabalhista quanto a carga tributária francesas desembocam na perda de competitividade do país". Para o jornal, "desde as pequenas burocracias até os processos mais complexos submetem o empresariado a tantos desafios e riscos que eles acabam desencorajados de contratar novos funcionários".
Para o jornal conservador, essa é a razão pela qual a França conta com muito mais micro e pequenas empresas do que companhias de médio porte. Do desafio, o diário extrai também uma oportunidade para o primeiro ministro, um dos quadros mais à direita dentro do Partido Socialista: "Manuel Valls, que sempre mostrou sua capacidade de libertar-se do espartilho ideológico da equerda francesa, tem a uma boa chance de exprimir seu pragmatismo".
Missão impossível
Apesar de reconhecer que a oposição sindical enfraqueceu nos últimos anos, Le Monde acredita que Valls tem um desafio imenso, quiçá impossível, pela frente: equilibrar essas forças sociais, que estão separadas por um abismo ideológico.
O primeiro ministro afirma que o diálogo social é sua "marca" e será "permanente". Mas, na opinião do jornal, "para convencer parceiros sociais tão desconfiados, ele precisará de mais do que palavras: terá de começar a agir imediatamente".
Frente nacional no front
Libération e Aujourd'hui en France resolveram acompanhar os primeiros passos dos recém-eleitos prefeitos da Frente Nacional, o partido da extrema direita francesa. Em Beaucaire, no sul, o Libé denuncia um êxodo de associações culturais depois da eleição de Julien Sanchez, de 30 anos.
A resposta do novo prefeito? "Que bom, isso vamos economizar!" com os subsídios às organizações. Em um tour por quatro cidades, o Aujourd'hui viu uma tentativa imediata dos prefeitos da Frente Nacional de se "des-demonizar" defendendo, ao menos em discurso, a democracia.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro