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Ucrânia/Rússia

Rússia usa tensão no leste da Ucrânia para intervir militarmente no país, dizem jornais

A operação de retomada do leste da Ucrânia pelas forças do exército ucraniano é o grande destaque da imprensa francesa desta sexta-feira (25). A ofensiva em Slaviansk deixou, oficialmente, pelo menos dois mortos. Segundo os jornais franceses, ela pode ser o estopim para um conflito maior.

Tanques russos na fronteira com a Ucrânia.
Tanques russos na fronteira com a Ucrânia. REUTERS/Alexander Mikhailov
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O jornal Le Figaro argumenta que a precariedade de recursos do exército ucraniano nessa luta para retomar o controle do seu território bate de frente com a motivação dos grupos pró-russos que possuem armas novas e não aceitam a rendição.

Um separatista entrevistado pelo jornal conta que é um veterano do exército soviético e que espera a ajuda dos "irmãos russos" para enfrentar o invasor ucraniano. "Vai ser uma batalha nas ruas. Teremos perdas civis", diz o veterano de guerra. Ele garante estar pronto, inclusive, a ir para a cadeira a fim de defender a autonomia de Slaviansk.

Vantagens para a Rússia

Para Le Figaro, a Rússia é a única a se beneficiar da escalada da tensão nessa cidade do leste ucraniano. O diário conservador avalia que os ataques do exército ucraniano contra os separatistas do leste do país dão a munição necessária para que a Rússia intervenha militarmente na região.

O jornal noticia ainda que, apenas algumas horas após a ofensiva do exército ucraniano, o ministério da Defesa russo declarou que seu país vai reagir à "máquina de guerra ucraniana" e qualificou de "crime grave" a operação militar da Ucrânia em Slaviansk.

Vitória crucial para Kiev

O jornal Libération avalia que essa tentativa de reconquista das cidades do leste da Ucrânia que caíram nas mãos de grupos pró-russos é considerada crucial por Kiev. O governo interino ucraniano quer, com uma ofensiva bem-sucedida, apagar a "vergonha" imposta pelos russos com a anexação da Crimeia.

Em Slaviansk, a enviada especial do jornal constata que não há um clima de terror nas ruas. A prefeitura da cidade continua controlada pelos grupos pró-russos.

Segundo esses separatistas, o exército ucraniano desistiu de tentar invadir o local depois de ter sido informado que tropas russas realizavam exercícios na fronteira. Mas, de acordo o presidente ucraniano, Olexandre Turchinov, o poder central não irá recuar até que a Rússia retire seu exército da fronteira.

Ambições expansionistas da Rússia

O jornal La Croix lembra que não é preciso recuar muito na história para encontrar exemplos dos projetos expansionistas da Rússia. Em 2008, as tropas russas invadiram a Geórgia e, por pouco, a Ossétia do Sul e a Abecásia não foram anexadas ao território russo.

Hoje, diz o editorial do jornal católico, as potências ocidentais têm que ser inteligentes e mostrar claramente para a Rússia que essa política expansionista trará mais incovenientes que vantagens.

O jornal também diz que é preciso usar de forma eficaz as sanções econômicas. Para La Croix, não se pode mais, ingenuamente, contar com a boa vontade do presidente Vladimir Putin.

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