Eleições europeias vão levar 751 deputados ao Parlamento Europeu
Cerca de 380 milhões de eleitores dos 28 países da União Europeia (UE) vão eleger de 22 a 25 de maio o novo Parlamento Europeu. Estas eleições são particularmente importantes no momento em que o bloco busca superar a mais grave crise econômica ocorrida no continente desde os anos 30. Temas como a imigração e o tratado de livre comércio em negociação com os Estados Unidos estão no centro da campanha.
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Os 751 deputados eleitos terão mandato de cinco anos. Eles deverão definir novas orientações políticas para fortalecer o bloco diante da concorrência global e dos problemas de segurança internacional, mas as sessões parlamentares prometem ser agitadas pelo aumento de deputados "eurocéticos" e de extrema-direita na nova assembleia.
Surfando nas consequências da crise financeira de 2009, que endividou os Estados e levou milhares de europeus ao desemprego, candidatos nacionalistas e xenófobos ganharam simpatizantes na maioria dos países com um discurso antieuropeu. A maior parte deles defende o fim do euro, o retorno às moedas nacionais, a saída da União Europeia e medidas anti-imigração.
Os extremistas de direita alegam que a União Europeia "confiscou" a soberania dos governos nas decisões de interesse nacional, sendo responsável pelo declínio da Europa. Também criticam o funcionamento tecnocrático do bloco, distante do povo.
Os programas de austeridade impostos pela troika (FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) às economias mais frágeis do bloco agravaram a percepção que a União Europeia não foi capaz de proteger os europeus da crise. Muitos eleitores, decepcionados com a constatação que tanto políticos de direita quanto de esquerda defenderam as mesmas medidas antissociais, desta vez prometem fazer uma escolha radical nas urnas.
As pesquisas indicam que os partidos "eurocéticos" e de extrema-direita poderão eleger até 177 deputados no novo Parlamento Europeu, contra 117 atualmente, de acordo com a mais recente sondagem Pollwatch 2014. Eles podem ficar em primeiro ou segundo lugares na votação no Reino Unido, na França, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Áustria, Hungria, Itália, entre outros países.
Rumo a um novo recorde de abstenção
A partir de quinta-feira, as eleições para o Parlamento Europeu vão se estender por quatro dias nos 28 países do bloco. Os eleitores ingleses e holandeses estarão entre os primeiros a votar, no dia 22. Irlanda e República Tcheca vão às urnas no dia 23; Letônia e Eslováquia no dia 24; Alemanha, França e Itália votam no dia 25. Os resultados só serão divulgados após o fechamento das últimas seções eleitorais, na Itália, às 23h do domingo, 18h em Brasília.
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