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Imprensa

Governo francês volta ao trabalho com agenda complicada

Essa segunda-feira (18) marca o fim das férias para os membros do governo francês. Esse retorno ao trabalho após um período de repouso curto se mostra complicado, e é o destaque de todos os jornais franceses dessa manhã.

Capa dos jornais franceses Les Echos, Libération et Le Figaro desta segunda-feira, 18 de agosto de 2014.
Capa dos jornais franceses Les Echos, Libération et Le Figaro desta segunda-feira, 18 de agosto de 2014.
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O Libération coloca na capa uma pergunta: "E se Hollande estiver errado?" Para o jornal, há indícios fortes que a política do presidente não tem surtido o efeito desejado: o crescimento patina e os investimentos estão em queda. Mas não há, até o momento, nenhum sinal que mostre que o presidente François Hollande deseje mudar de rumo.

O primeiro-ministro Manuel Valls, seguindo as diretrizes do presidente, defende a política econômica atual que consiste em melhorar as margens das empresas para que elas possam investir mais o que, consequentemente, levaria a um crescimento econômico. Mas o jornal explica que, para muitas empresas, o problema não é a falta de investimentos, mas, sim, a falta de clientes. Ou seja, não há demanda.

Em editorial, o jornal afirma que Hollande caiu na "armadilha" as políticas "ortodoxas" que pregavam a austeridade. O resultado, segundo o Libération, foi uma aberração que prejudica o futuro econômico do país.

Fim da ilusão

No Les Echos, essa volta ao trabalho do governo tem um tom amargo. O jornal fala de "fim da ilusão" sobre a retomada econômica na França. O crescimento zero no segundo trimestre fez toda a equipe do governo rever as previsões de crescimento para este ano. A meta, já modesta, de alta de 1% do PIB neste ano foi adiada para 2015.

Neste ano, Hollande e Valls vão ter que se contentar com um crescimento de 0,5% e nem isso está garantido. Sem cair no pessimismo, o governo insiste nos grandes projetos previstos para esse último trimestre de 2014. Entre eles, um pacote de redução de impostos para as famílias com renda mais baixa.

Mentira

O jornal Le Figaro, sempre crítico, usa palavras fortes. Editorial na capa fala que os dois anos do governo socialista são marcados por fracassos, hesitações e pela mentira que, é aliás, o título desse editorial. O jornal conservador se pergunta até quando essa "mentira" vai durar. Para Le Figaro, o governo socialista é marcado pela negação da realidade. “Nada vai bem e o executivo não faz nada para mudar”, critica o jornal que faz uma lista dos quatro principais desafios do governo: crescimento econômico, o orçamento de 2015, o controle do déficit público e a alta taxa de desemprego.

Com a popularidade em baixa e com as críticas crescentes, até mesmo dentro do seu partido, o presidente francês terá muita dor de cabeça pela frente. E, para tentar acalmar os ânimos, ele deve fazer um pronunciamento nos próximos dias.

 

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