Atentados terroristas exigem vigilância permanente dos franceses
A união da França diante do ataque ao jornal Charlie Hebdo e a caçada aos suspeitos do massacre dominam as manchetes da imprensa francesa desta sexta-feira (9). Os jornais também avaliam a postura do governo em relação ao partido de extrema-direita Frente Nacional neste momento de união no país.
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“A França tomada pela emoção”, foi o título escolhido pelo jornal conservador Le Figaro para resumir o dia de luto observado no país em memória às vítimas do atentado. A foto que acompanha o título mostra uma manifestação de milhares de pessoas em Paris e uma placa com a frase Je suis Charlie (Eu sou Charlie, em português).
“Nas escolas, nas empresas e em frente à sede do Charlie Hebdo, a França inteira se uniu no dia nacional de luto”, resume Le Figaro.
Em editorial, o jornal diz que, depois do massacre contra o jornal satírico e os tiros de ontem que mataram uma policial na periferia de Paris, os franceses se perguntam: quando e onde acontecerá o próximo ataque? Como identificar e desarmar os indivíduos prontos a matar em nome de Alá?, continua o jornal. “A única maneira do país se proteger é ficar em uma vigilância permanente”, escreve Le Figaro.
O jornal lembra o trabalho de buscas que se situa na região da Picardia, no norte da França, onde uma testemunha diz ter identificado os irmãos Chérif e Said Kouachi. São 88 mil policiais mobilizados e mais 400 militares, informa o jornal.
Em duas páginas, Libération traz um perfil dos suspeitos e indica que o mais velho, Chérif, de 34 anos, entrou para o islamismo radical pelas mãos de um líder religioso do norte de Paris e teria treinado seu irmão, de 32 anos. Chérif chegou a ser detido há 10 anos antes de partir para o Iraque.
Tentativa de isolar extrema-direita
“Dia de luto e de caçada aos suspeitos do massacre em um clima pesado”, afirma o Les Echos. O jornal também dá destaque para a decisão do governo francês de excluir o partido de extrema-direita Frente Nacional da marcha republicana programada para domingo.
A atitude do governo ao partido liderado por Marine Le Pen divide e fragiliza a imagem de união nacional, escreve o jornal, relatando as opiniões divergentes dentro do próprio Partido Socialista sobre um eventual convite do governo para os líderes do partido extremista participarem da mobilização.
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