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Balanço dos ataques na França pode estimular outros extremistas, avalia jornal

O relato dos três dias de terror vividos pela França e o alerta para os riscos de novos ataques de extremistas islâmicos estão nas páginas dos jornais franceses que circulam neste sábado (10), com edições especiais sobre os piores ataques registrados pelo país em mais de 50 anos. A imprensa pede que a população francesa não ceda ao terrorismo e participe da mobilização em homenagem às vítimas e em repúdio à barbárie dos extremistas islâmicos.

Policiais nas ruas de Paris em 09/01.
Policiais nas ruas de Paris em 09/01. REUTERS/Philippe
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Em uma edição especial, Libération dedica 20 páginas para relatar os três dias de uma violência inédita na França que terminaram na sexta-feira com a morte de três terroristas e quatro reféns.

Um editorial pedindo que o povo "fique de pé" diante do terrorismo inicia a extensa cobertura dedicada a explicar, em detalhes, a série de ataques conjuntos executados pelos irmãos Kouachi e Amedy Coulibaly.

"A partir de sexta-feira (9), a França entrou em uma nova etapa de sua longa luta contra os assassinos jihadistas", escreve o diário. Os autores dos atentados são franceses, nascidos no país, mas doutrinados por radicais que atuam no Iraque e na Síria.

“A ameaça exige uma resposta policial e dos serviços de informação ainda mais forte, organizada determinada e multiforme”, constata Libé. A França já enfrentou outros atentados, como os dos anos 90, e soube superá-los, lembra o jornal, estimando que a população deve fazer o mesmo com os ataques dos últimos dias.

A mobilização deve envolver toda a sociedade, para demonstrar que a causa dos terroristas é em vão. “Diante de um povo de pé, eles (os terroristas) não terão nenhuma chance”, avalia Libération, que pede em sua manchete: “Resistir”.

Franceses não devem ceder

Le Figaro destaca a ação dos policiais das unidades de elite da polícia francesa que eliminaram, quase simultaneamente, os autores dos atentados contra o jornal Charlie Hebdo, e também de Coulibaly que matouo uma policial nas ruas de Montrouge e outros quatro reféns durante um ataque a um mercado judaico.

Os três dias de terror resultaram em 17 vítimas inocentes, informa o diário conservador. Em seu editorial, Le Figaro concluiu que “justiça foi feita”, afirmando que depois da angústia veio o alívio. Mas o desfecho trágico “não marca o fim da guerra decretada pela França contra os fanáticos”, escreve o jornal pedindo que o país "tire todas as lições" depois de momentos tão dramáticos. “É preciso abrir bem os olhos para não ceder em nada” aos islamitas que querem assassinar nosso país aos gritos de “Allah Akbar”, afirma o jornal.

Possibilidade de outros ataques

“Horror até o final”, é o título do jornal Aujourd’hui en France, resumindo os três dias de violência. O jornal também afirma que a França entrou "em uma nova era na guerra contra o terrorismo".

“E se não for apenas o início?”, questiona o diário, fazendo menção a especialistas que consideram a ameaça cada vez mais forte no país. “O balanço das quarenta e oito horas sangrentas pode inspirar outros indivíduos radicais”, afirma Aujourd’hui en France

Mobilização inédita

Em editorial, o jornal Le Monde lembrou o pronunciamento do presidente François Hollande à nação e seu pedido para os franceses serem “implacáveis em relação ao racismo e ao antissemitismo” após o ataque contra o mercado judeu em Paris. O ataque antissemita é o que provocou o maior número de vítimas desde o ataque cometido por Mohamed Merah contra uma escola judaica em 2012, lembra o diário.

Le Monde destaca em título a grande marcha republicana convocada para ser realizada neste domingo (11) por todo o país. O presidente Hollande desfilará em Paris ao lado de líderes europeus como os chefes de governo da Alemanha, Angela Merkel, da Grã-Bretanha, David Cameron, e da Espanha, Mariano Rajoy. “Um símbolo espetacular”, afirma o jornal que em tom de convocação escolheu como manchete: “Marchar contra o terror”.

 

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