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Coesão dos franceses surpreende a imprensa

Para a imprensa francesa, a data de 11 de janeiro de 2015 ficará na história da França e do mundo, com a marcha republicana que reuniu quase 4 milhões de pessoas contra o terrorismo nas principais cidades francesas. As imagens de milhares de cidadãos mobilizados nas ruas, para defender a democracia e a liberdade, dominam as capas dos jornais desta segunda-feira (12).  

Capa dos jornais franceses Le Figaro, Libération, La Croix, L'Humanité, Les Echos, Le Monde, Aujourd'hui en France, Nice Matin, Ouest France deste 12/01/15.
Capa dos jornais franceses Le Figaro, Libération, La Croix, L'Humanité, Les Echos, Le Monde, Aujourd'hui en France, Nice Matin, Ouest France deste 12/01/15.
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Sobre a imagem dos franceses nas manifestações, o jornal de esquerda Libération escreve "Somos um só povo". A marcha republicana deste domingo é o maior movimento cívico visto nas ruas desde a liberação da França do regime nazista, destaca o jornal.

O mesmo sentido de união e coesão social está na capa do diário econômico Les Echos, que chega às bancas com a manchete "Unidos pela liberdade".

"A França de pé", lança o Le Figaro, assinalando que, apesar da emoção causada pela morte de 17 inocentes, os franceses demonstraram coragem ao sair em massa nas ruas. Como não ficar emocionado diante do espetáculo de uma nação unida, questiona o Le Figaro.

Aujourd'hui en France mostra em primeira página a união da população e dos líderes mundiais, que desfilaram ao lado do presidente François Hollande na praça da República.

Mudança política

A grande preocupação dos jornais é avaliar o que acontecerá daqui para frente. Em seu editorial, o Libération estima que ao assassinar a equipe do jornal Chralie Hebdo, matar quatro judeus e dois policiais, os três franceses convertidos ao jihadismo "atingiram as fundações do sistema republicano francês".

Esse sistema é guiado "pelo respeito à liberdade de expressão, a proteção das minorias, a aceitação das diferenças e a ordem pública garantida pela polícia". Libération acredita que esses valores exaltados pela marcha republicana ficarão na memória dos franceses como um "farol democrático". O princípio que une os franceses, como expressaram as pessoas nas ruas, é a aceitação das diferenças, conclui o Libération.

O diário conservador Le Figaro viu os franceses, ontem, nas ruas, como uma "grande família que se reencontrou", para manifestar de forma "estridente e corajosa" seu "apego visceral aos princípios democráticos e republicanos". Segundo o jornal, os franceses entenderam muito rápido, apesar do terror espalhado pelos criminosos, que "o essencial" estava em jogo.

Prisões: viveiros de terroristas

Diante do fato que os atentados foram cometidos por jovens franceses, a imprensa analisa o que precisa mudar na sociedade. A primeira constatação é que as prisões francesas estão lotadas de jovens com histórico de problemas sociais, que, por falta de apoio institucional, derivaram para a criminalidade. As penitenciárias francesas se tornaram viveiros de extremistas e isso precisa mudar, cobra o jornal La Tribune.

O diário acredita que os imperativos da política de segurança vão provocar uma guinada na ação do governo de François Hollande. Os atentados acontecem em um momento em que a França está extremamente frágil do ponto de vista econômico. O presidente terá de reagir rapidamente, senão as dificuldades para a retomada do crescimento serão ainda maiores.
 

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