Hollande rebate protestos anti-Charlie defendendo "valores" da França
Neste sábado (17), o presidente François Hollande comentou as manifestações contra o novo número do jornal satírico Charlie Hebdo, cuja capa mostra o profeta Maomé segurando um cartaz com a frase "Eu sou Charlie". O presidente defendeu a liberdade de expressão que caracteriza a França.
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Dez dias depois dos atentados de Paris e na periferia de Montouge, integralmente voltados para a luta antiterrorista e a segurança interna, o presidente francês respondeu às violentas críticas e manifestações em países muçulmanos contra o novo número de Charlie Hebdo.
Em viagem à cidade de Tulle, no departamento de Limousin, no centro do país, Hollande criticou os protestos "contra o ideal e os valores da França", julgando que a defesa das liberdades e da laicidade contribuem "para o brilho do país".
Princípios democráticos
"Estamos vendo que há tensões no exterior, onde a população não compreende o que é o apego à liberdade de expressão", declarou o presidente, analisando que a incompreensão desses povos vem da privação da própria liberdade. Ele lembrou que a França apoiou diversos desses países na luta contra o terrorismo, mas que os seus princípios devem ser respeitados.
O chefe de Estado espera que depois desses dias marcados pelos atentados, a perseguição de seus autores, o luto e os questionamentos sobre a segurança, a vida "possa continuar"; mesmo se admite que ainda há fortes ameaças.
A França está no nível de alerta máximo contra o terrorismo. Neste fim de semana, a segurança foi reforçada diante das mesquitas e sinagogas.
Detenção prolongada para suspeitos de colaborar com terrorista Coulibaly
As investigações sobre os atentados ocorridos em Paris em 7 de janeiro se concentram neste momento sobre os apoios logísticos que os terroristas receberam durante as operações. A detenção para interrogatório de doze pessoas (presas na madrugada de sexta-feira na periferia parisiense) foi prolongada neste sábado por mais 24 horas. Se for preciso, ainda pode ser prolongada por mais 48 horas.
Oito homens e quatro mulheres estão sendo questionados sobre um possível apoio - como fornecimento de armas e veículos - a Amédy Coulibaly, o autor da chacina e tomada de reféns no supermercado judaico Hyper Casher. O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, informou que os detidos são conhecidos da polícia apenas por crimes de Direito comum.
Enterro dos irmãos Kouachi
Na sexta-feira (16), Said Kouachi, um dos três autores dos ataques, foi enterrado em Reims, no nordeste da França, onde vivia. O nome do cemitério e o local da sepultura não foram revelados para evitar que se torne um local de peregrinagem de extremistas. O seu irmão Chérif será enterrado em Gennevilliers, na periferia da capital.
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