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Imprensa elogia medidas antiterroristas, mas critica falta de reforma penal

As medidas antiterroristas anunciadas pelo primeiro-ministro  Manuel Valls ganharam repercussão na imprensa francesa que circula nesta quinta-feira (22). Os jornais elogiam o reforço para a polícia e os serviços de informação, mas também consideram as medidas insuficientes para lutar contra o jihadismo se não houver mudanças na lei penal.

O primeiro-ministro Manuel Valls durante entrevista coletiva na quarta-feira (21/01) para anunciar as medidas antiterroristas.
O primeiro-ministro Manuel Valls durante entrevista coletiva na quarta-feira (21/01) para anunciar as medidas antiterroristas. REUTERS/Philippe Wojazer
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Para o jornal Le Figaro, o primeiro-ministro Manuel Valls acertou em várias medidas, como garantir mais recursos humanos e materiais para os serviços de informação e de segurança. Segundo o chefe de governo, três mil pessoas no país devem ser monitoradas de perto diante da suspeita de pertencer ao islamismo radical.

O problema, segundo Le Figaro, é que esse arsenal deixou de lado a questão penal, considerada crucial para a luta antiterrorista. Em editorial, o jornal afirma que é de conhecimento geral o fato de que a maioria dos jihadistas é recrutada por delinquentes já punidos pela lei ou que cumprem pena nas prisões.

Por isso, Le Figaro defende uma revisão de uma lei aprovada pela ministra da Justiça, Christiane Taubira, que alinha o regime de prisão dos reincidentes ao dos não-reincidentes.

O texto lembra que Valls chegou a polemizar com a ministra da Justiça, claramente oposta ao regime carcerário, durante uma reforma jurídica. Mas, por motivos políticos internos do Partido Socialista, o atual chefe de governo não vai tentar reescrever a lei Taubira, que garante um tratamento mais flexível dado a delinquentes, sugere o Le Figaro. Mas, ao não propor mudanças nas leis penais, o premiê Manuel Valls propõe um arsenal antiterrorista incompleto, segundo Le Figaro.

Imagem de um governo combativo

Le Parisien diz que o anúncio do chefe de governo terminou com o "período da emoção" e começou " o da ação concreta" para responder aos ataques. "Manuel Valls quer dar uma imagem de um governo combativo e onipresente", diz a reportagem.

Ao analisar as medidas de emergência na luta contra o terrorismo, Le Parisien disse que o reforço de 1.400 pessoas para o ministério do Interior e para a polícia já era aguardado há muito tempo, assim como a reorganização de alguns serviços e a distribuição de mais material e equipamentos, como coletes a prova de balas.

Em relação ao futuro projeto de lei sobre os serviços de informação, o jornal acredita que houve a preocupação em vigiar as atividades de monitoramento sem ferir o princípio das liberdades individuais, "porque tudo deverá ser feito com autorização da justiça".

Le Parisien também detalhou o reforço no polo antiterrorista, que vai aumentar o número de magistrados e até dos profissionais encarregados de identificar os radicais islâmicos dentro das prisões.

 

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