67 jornalistas mortos em 2015 em todo o mundo

Relatório da ONG Reporteres sem Fronteiras divulgado esta terça-feira, revela que 67 jornalistas foram mortos este ano no exercício das suas funções em todo o mundo, num total de 110 profissionais mortos em circunstâncias pouco claras.

Logo do ONG Reporteres sem Fronteiras ©http://fr.rsf.org/

De salientar que em relação ao      mundo lusófono, o balanço de Reporteres sem Fronteiras refere 3 jornalistas mortos no Brasil este ano e Paulo Machava assassinado em Maputo a 28 de Agosto passado em circunstâncias ainda por esclarecer, destacando ainda a condenação a 6 meses de pena suspensa em Maio em Angola do jornalista Rafael Marques.

Aos 110 profissionais mortos, juntam-se ainda 27 jornalistas-cidadãos "bloggers" e 7 colaboradores de meios de comunicação social.

O Iraque teve o maior número de jornalistas mortos este ano (9 confirmados e 11 possíveis) seguido pela Siria (entre 9 e 10), dois países que são palco de conflitos armados e onde o Daesh é muito activo.

A França ocupa o terceiro lugar, com 8 jornalistas mortos no atentado perpetrado a 7 de Janeiro contra o semanário satírico Charlie Hebdo durante o qual 12 pessoas foram mortas.

54 jornalistas foram ainda sequestrados na Síria, Iémen, Iraque e Líbia e 153 outros presos sobretudo na China, mas também no Egipto, Irão e Turquia, estando os restantes 66 espalhados pelo mundo.

Contrariamente ao ano passado durante o qual 66 jornalistas foram mortos em zonas de guerra, este ano a maioria das vítimas foram jornalistas locais, que trabalhavam fora das zonas de conflito.

Christophe Deloire, secretário-geral de Reporteres sem Fronteiras defende que é imperativo e urgente adoptar um mecanismo concreto para a aplicação do direito internacional sobre a protecção dos jornalistas que sofrem uma ameaça dupla: por parte de grupos não estatais, mas também por Estados que não respeitam as suas obrigações internacionais e pede que as Naçoes Unidas designem um representante especial para a protecção dos jornalistas.