Anulação da dívida aos Estados africanos não é consensual
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Ouvir - 03:07
A anulação da dívida dos Estados africanos é uma ideia que divide os credores segundo o conservador "Le Figaro"Por seu lado a secretária executiva da Comissão económica para África da ONU, Vera Songwe, alega que este anúncio seria prematuro. Enquanto isso o vespertino "Le Monde" denuncia as ligações perigosas entre a Organização muniudal da saúde e a China.
Neste olhar pela imprensa francesa começamos com a questão da anulação da dívida dos Estados africanos.
Uma ideia, escreve o conservador "Le Figaro" que divide os credores.
Por seu lado a secretária executiva da Comissão económica para África da ONU, Vera Songwe, alega que este anúncio seria prematuro.
Para ela aquilo de que precisam os Estados é liquidez para enfrentar a crise.
E isto por o impacto ser já maciço, entre fugas importantes de capitais, queda vertiginosa dos preços de matérias primas, decréscimo do turismo ou as dificuldades do sector aéreo.
Passamos para o vespertino independente "Le Monde" que denuncia as ligações perigosas entre a Organização mundial da saúde e a China.
A OMS, um actor obrigatório da diplomacia sanitária onde Pequim colocou agentes seus em lugares estratégicos.
Em plena pandemia da Covid-19 a OMS não conseguiu dar provas de independência em relação aos Estados membros, escreve o jornal.
Em causa a condescendência da organização em relação à China, de onde partiu a pandemia, ao ponto da OMS estar a atravessar a pior fase da sua história.
Mas, obviamente, que a maior parte dos diários se concentra em análises em torno do levantamento do confinamento em França, anunciado esta tarde pelo primeiro-ministro.
O popular "Le Parisien" alega que esta estratégia assenta num rastreio rápido e no isolamento de focos de contágio.
No entanto, segundo este jornal, abre-se perante os franceses uma fase desconhecida.
Como sair, finalmente, de casa, para trabalhar ou viver sem incrementar a epidemia ? Eis a questão !
Por seu lado o matutino de esquerda "Libération" denuncia as mentiras dos governos de Hollande e de Macron, presidentes anterior e actual em França, no que diz respeito à aquisição e manutenção de stocks de máscaras.
Foi o executivo de Paris que deliberadamente não teria renovado os necessários stocks empurrando a França para a ruptura que se vive actualmente.
Já o comunista "L'Humanité" fala numa retoma de alto risco... é que o plano do governo hoje anunciado preocupa e divide quando ele é suposto relançar a economia, mas contendo a epidemia.
Um jornal que contesta, ainda, o formato do debate e da votação esta tarde do plano de levantamento do confinamento.
Enquanto isto o católico "La Croix" tenta apreender a realidade do que chama a "geração Covid".
Relativamente poupados pela crise sanitária os jovens adultos sofrem, no entanto, as consequências da epidemia na sua vida social e profissional.
O diário publica testemunhos, pois, de jovens que denunciam a dificuldade de não poderem fazer quaisquer projectos.
Passamos para o desportivo "L'équipe" que dá a palavra a Chris Froome.
O ciclista britânico, de origem queniana, está confinando no Mónaco.
Vencedor já quatro vezes da "Volta à França em bicicleta" ele almeja um quinto título na edição prevista para começar a 29 de Agosto.
Ele alega que estará plenamente em forma para a prova, já recomposto dos ferimentos graves que tinha sofrido na corrida de Dauphiné, no ano passado.
Mas admitindo a possibilidade de que a Volta possa vir a ser alterada ou, mesmo, cancelada em função da evolução da pandemia.
O ciclismo a colocar um ponto final neste olhar pela imprensa francesa.
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