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Sissoco Embaló/regresso a Bissau

Sissoco Embaló faz balanço positivo da visita a Kiev e Moscovo

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, está de regresso a Bissau, após uma visita à Rússia e à Ucrânia, onde se encontrou com os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, respectivamente. À chegada ao país, o chefe de Estado fez um balanço positivo acerca desta deslocação.

Umaro Sissoco Embaló, Presidente guineense, com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Umaro Sissoco Embaló, Presidente guineense, com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky. © Presidência da República da Guiné-Bissau
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No aeroporto de Bissau, Umaro Sissoco Embaló diz que a missão foi positiva e que, desta vez, África não foi pedir sementeiras ou cereais, mas sim levar uma mensagem de paz que foi bem acolhida pelos dois países que "devem eleger o diálogo como prioridade para a saída da crise".

Embaló adianta que conseguiu transmitir tanto ao Presidente Putin como ao chefe de Estado Zelensky o impacto imediato da guerra e as futuras consequências.

O também Presidente em exercício da CEDEAO assegurou ainda que a primeira etapa se baseou em contactos preliminares, cujos resultados serão transmitidos aos seus pares da CEDEAO. 

A missão de paz, segundo o Presidente Embaló, vai continuar na segunda fase, em contacto com a Europa e com os Estados Unidos da América.

"Não se esqueçam de que sou o primeiro Presidente africano a falar com as duas partes. Eu penso que este é um contacto preliminar. Agora há etapas. A Ministra dos Negócios Estrangeiros vai seguir a situação e assim chegar-se-á a outra fase, que é regressar à Rússia e à Ucrânia", começou por dizer o Presidente da Guiné-Bissau, dando depois mais pormenores.

"Nesses dias será a ministra a falar com Serguei Lavrov e o ministro Dmitry vai falar com os americanos e depois será ao nível do chefe de Estado, mas o que a Guiné-Bissau está a fazer neste momento é criar pontes para o diálogo. Isso é preliminar", acrescentou.

Umaro Sissoco Embaló falou depois sobre aquilo que vivenciou nas ruas de Moscovo e também em Kiev.

"Nós transmitimos a preocupação, sobretudo dos povos que vivem na rua. Ontem, em Kiev, andei pelas ruas, falei com as pessoas, ouvi as pessoas e fiz a mesma coisa em Moscovo. Deu para perceber que, de facto, o povo já está cansado da guerra e, portanto, nós transmitimos esta posição de África, que nós podemos fazer a ponte para o diálogo", referiu.

O Presidente guineense salientou, contudo, que o processo é feito por etapas e especificou quais são os próximos passos da presidência.

"Quando queremos fazer a mediação, há etapas. Há primeiro os contactos, que nós já fizemos. Eu estive com o Presidente Putin e com o Presidente Zelensky, mas é importante não esquecer que quando há conflitos assim, existem pessoas por trás", adicionou.

Sissoco reiterou depois a importância deste assunto ser discutido com a Europa e com os Estados Unidos da América.

"Nós temos de falar também com a Europa, não a podemos colocar de lado.

"Nós temos de falar também com a Europa, não a podemos colocar de lado e eu tenho de discutir com os meus pares africanos e com os americanos. Já dei orientação à Ministra dos Negócios Estrangeiros para falar com o secretário de Estado norte-americano e, se calhar, até eu, me vou deslocar aos Estados Unidos para falar com Joe Biden e transmitir a nossa posição, fazer a ponte, uma vez que nós somos neutros", rematou o chefe de Estado da Guiné-Bissau.

Ouça aqui o discurso de Umaro Sissoco Embaló:

01:23

Umaro Sissoco Embaló, 27-10-2022

Zelensky diz que Sissoco Embaló é o primeiro líder africano a "ouvir a verdade" sobre a guerra

Umaro Sissoco Embaló esteve primeiramente na Rússia e depois na Ucrânia. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, salientou que o chefe de Estado guineense foi o primeiro líder africano a visitar o país e a "ouvir a verdade sobre a situação".

O chefe de Estado ucraniano agradeceu ainda à Guiné-Bissau o voto na Assembleia Geral da ONU a condenar a tentativa de anexação da Ucrânia e defendeu que é importante que os dois países desenvolvam relações de cooperação.

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