Mostra de arte e cultura da Guiné-Bissau acaba de começar
Bissau – Começa nesta terça, 2 de Maio, na Guiné-Bissau a MoAC Biss – Mostra de Arte e Cultura da Guiné-Bissau, com um vasto leque de actividades culturais a decorrer ao longo deste mês. Uma bienal coordenada pelo sociólogo Miguel de Barros, da organização não governamental Tiniguena.
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Conferências, lançamento de livros, palestras, exposições de fotografias, filmes, actuações musicais, etc, uma panóplia de acontecimentos coordenados pelo sociólogo Miguel de Barros e com as curadorias de Nú Barreto, Zaida Pereira e António Spencer Embaló.
A mostra pretende valorizar e debater a diversidade da produção cultural guineense e coincide com os 50 anos da proclamação da Guiné-Bissau.
As curadorias são distribuídas de forma temática: a literatura do "MoAC Biss" ficou sob a alçada da linguista Zaida Pereira , o sector das artes visuais, cénicas e performativas está a cargo do artista plástico Nu Barreto, radicado em França, e as conferências têm a curadoria do sociólogo António Spencer Embaló.
O que é a cultura, para que serve e para quem serve ? Este é o mote de uma das primeiras conferências agendada para 5 de Maio, nas instalações da ong Tiniguena.
Segue-se a Cultura como valor acrescentado prevista para o dia 12 do próximo mês na Casa dos Direitos Humanos e fecha-se o ciclo com a internacionalização das “Artes e da Kultura da Guiné-Bissau”, que deve acontecer a 19 de Maio.
O evento era suposto arrancar em pleno a 3 de Maio, pelas 9h locais, na Casa dos Direitos Humanos, com duas conferências sobre os regimes "possíveis" e os regimes “impossíveis” da patrimonialização da violência na Guiné-Bissau, mas foi antecedido nesta terça, 2 de Maio, pelas primeiras iniciativas, incluindo uma conferência de imprensa de apresentação.
O relato foi-nos feito pelo coordenador Miguel de Barros.
Miguel de Barros, coordenador da Mostra de arte e cultura guineenses, 2/5/2023
"Hoje, a nossa transformação sócio-económica é eminentemente cultural. A Casa dos Direitos permitiu-nos trazer a criação, o pensamento, a manifestação e a performance marcada pela intervenção dos Netos de Bandim e de todos os curadores, de académicos, de criadores, de jornalistas", avançou o coordenador Miguel de Barros, expondo partes da programação.
"Hoje à tarde [2 de Maio] vamos ter a primeira actividade com o artista plástico Nu Barreto que veio apresentar o documentário autobiográfico "Pretu Funguli" que retrata o seu olhar sobre estas questões de transformações sociais e económicas na Guiné-Bissau e como é que impactaram a sua vida. Haverá também a performance do artista e poeta e autor Marinho de Pina, dialogando com os textos de Mussá Baldé, do próprio Amílcar Cabral mas também com as letras de Super Mama Djombo a partir dessa questão da diferenciação social e de como têm sido elementos de clivagem.
Não menos importante, hoje ficou também bem traçada a forma como este espaço de animação, de ofertas culturais vai ser marcado com o pensamento. As conferências irão trazer uma possibilidade de debate que até hoje ainda não tínhamos encontrado e que nos vai permitir definir as metas a médio prazo para, a partir de 2025, lançar um processo muito mais consolidado em termos de bienal de artes e cultura da Guiné-Bissau."
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