Acesso ao principal conteúdo
Guiné-Bissau

Bissau: Cimeira da CEDEAO debate situação do Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri

A Guiné-Bissau recebe este domingo, 9 de Julho, a 63ª cimeira Sessão Ordinária da Conferência dos chefes de Estado e de Governo da (CEDEAO). Os chefes de Estado e de governo da CEDEAO vão analisar a situação das juntas militares no poder no Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri.

Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO reúnem-se este domingo em Bissau.
Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO reúnem-se este domingo em Bissau. © https://www.facebook.com/presidentesissoco
Publicidade

A situação de segurança, terrorismo e economia do Mali, Guiné-Conacri e Burkina Faso têm sido uma pedra no sapato da organização sub-regional. O Mali, a Guiné-Conacri e o Burkina Faso foram suspensos dos órgãos de decisão da CEDEAO, depois da tomada do poder pelos militares em 2020, 2021 e 2022, respectivamente.

Os calendários para a organização das eleições nos três países já foram definidos pela CEDEAO e pelas autoridades de transição. No Mali e no Burkina Faso, dois países assolados pela violência dos terroristas, os militares comprometeram-se a regressar à ordem constitucional em 2024. Na Guiné, a junta militar comprometeu-se a retirar-se no início de 2025. Os três países pediram, a 10 de Fevereiro, sem efeito, o levantamento da suspensão da CEDEAO e União Africana (UA). 

Os Chefes de Estado da África Ocidental reunido este domigno em Bissau vão analisar os progressos na organização das eleições. No Mali, mesmo que a votação do referendo tenha sido realizada, a CEDEAO espera maiores desenvolvimentos. A transição guineense parece ter estagnado e no Burkina Faso, apesar dos esforços, a insegurança ganha força no terreno.

"A agenda desta cimeira já era a agenda do Presidente Umaro Sissoco Embaló quando assumiu a presidência. Ele não conseguiu avançar com as propostas que assumiu, não só quanto às lideranças militares desses países, como também à definição do tempo de transição. Neste aspecto, foi um fracasso. Não da presidência, mas da própria CEDEAO - que se tem mostrado incapaz de resolver situações de conflito e disseminar o terrorismo na nossa costa", defende o politólogo guineense, Rui Jorge Semedo.

00:52

Politólogo guineense, Rui Jorge Semedo

Os chefes das Forças Armadas da CEDEAO já se reuniram duas vezes para traçar planos com vista à construção de uma base sólida para o combate aos grupos e acções terroristas e às alterações à ordem constitucional, que pode passar pela criação de uma força. Segundo o Presidente Umaro Sissoco Embaló, poderá sair desta cimeira uma decisão definitiva sobre a criação dessa força regional.

"É preciso conjugar-se vários esforços que não passam pela criação de uma força especial, mas sim pela consolidação da democracia no espaço da CEDEAO, através da criação de uma economia mais robusta, do investimento na educação, na criação de riqueza e distribuição  riqueza", descreve o politólogo.

Mesmo que a CEDEAO decida criar uma força, "não há condições para conter o avanço do terrorismo aqui na sub-região. Só melhorando a governação é que se constroem possibilidades de combater o terrorismo", defende Rui Jorge Semedo. "As lideranças da CEDEAO ainda não encontraram a fórmula ou estão a fingir não ter encontrado a fórmula para minimizar as acções terroristas", concluiu.

01:19

Politólogo guineense, Rui Jorge Semedo, necessidade de uma força regional

Na cimeira deste domingo deverá ser escolhida a nova presidência rotativa, que, segundo o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, deverá ser entregue à Nigéria.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.