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Ciência

A ciência a dar cartas em língua portuguesa

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Dois cientistas portugueses, na Alemanha, criaram o programa Cartas com Ciência em que vão colocar cientistas e alunos a trocarem correspondência em língua portuguesa. O programa arranca no próximo ano lectivo em Portugal e Moçambique, mas quer chegar a escolas em todos os países de língua oficial portuguesa.

Cartas com Ciência
Cartas com Ciência © Santi Vedrí Cartas com Ciência
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11:00

Cartas com Ciência em português

A ideia é termos cientistas e estudantes a trocar cartas durante um ano lectivo em português. Vamos ter turmas nos diferentes países de língua oficial portuguesa a trocar cartas em português com cientistas de língua portuguesa espalhados pelo mundo. O intuito é inspirar estas crianças para o ensino superior e carreiras científicas”, começa por explicar Rafael Galupa, investigador pós-doutorado no Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL), em Heidelberg, na Alemanha.

O “Cartas com Ciência” surge no âmbito da “Native Scientist”, um programa em que cientistas vão às escolas em diferentes países falar com alunos, em português, sobre o seu trabalho. Agora, as “cartas” inspiraram-se também no projecto americano “Letters to a Pre-Scientist” no qual Rafael Galupa e Mariana Alves participaram.

Achámos que seria interessante poder trazer esta oportunidade para inspirar crianças de língua portuguesa.  Com a experiência de divulgação científica, também temos visto que é necessário cada vez mais chegar a públicos que não estão a ser primariamente atingidos pela comunicação científica”, acrescenta Mariana Alves,  estudante de doutoramento no EMBL.

O programa arranca em Setembro em Portugal e em Fevereiro de 2021 em Moçambique, mas quer chegar a escolas em todos os países de língua oficial portuguesa.

Para participar, pode ir à página cartascomciencia.org e inscrever os seus alunos ou inscrever-se para responder às cartas. Para já, estão inscritos 200 cientistas e investigadores de diferentes áreas.

Os temas das cartas vão estar muito à volta do empoderamento e da capacitação das crianças. A ideia é os cientistas poderem falar sobre a sua experiência no ensino superior, as carreiras científicas, como ultrapassaram obstáculos durante a sua carreira e também o que é que significa a língua portuguesa e ter feito este programa em português. Mas as crianças podem perguntar o que quiserem aos cientistas”, continua a investigadora natural de Coimbra, que viveu também em Copenhaga e Cambridge.

O programa que lhes serviu de inspiração chama-se “Letters to a Pre-Scientist”, mas Mariana Alves quando esteve na Nigéria, em Março, em trabalho, aproveitou para visitar algumas escolas e pediu a alunos para escreverem cartas para cientistas do instituto em que trabalha. A que mais a marcou foi um postal que “não tinha pergunta nenhuma” e só dizia: “Eu e os meus colegas estamos disponíveis para ajudar na luta contra o coronavírus. Eu achei a carta muito gira.”

Rafael Galupa, que trabalha agora em Heidelberg depois de ter vivido em Paris e Estocolmo, conta que também havia “muitas perguntas sobre como é ser cientista, o que fazem os cientistas e o que é preciso fazer para estudar na Alemanha”.

No site do Cartas com Ciência também está a decorrer até dia 15 de Junho um desafio lançado no Telejornal Juvenil Radar XS, do canal português RTP2. O desafio consiste em enviar as perguntas que gostariam de fazer a um cientista e as dez melhores vão ser publicadas e respondidas por cientistas de língua portuguesa.

 

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