Moçambique: Nyusi anuncia reforço do combate ao terrorismo em Cabo Delgado
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou, este domingo, um reforço das operações militares contra o terrorismo em Cabo Delgado, no norte do país.
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De acordo com a agência Lusa, o anúncio do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, foi feito depois de ele ter sobrevoado algumas das zonas onde as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas têm combatido com forças rebeldes e após contacto com a população em zonas atacadas.
"Vou reforçar o comando no teatro de operações norte já a partir da próxima semana para continuarmos a perseguir de uma forma estruturada o inimigo, o que nesta fase é crucial", declarou o Presidente em Pemba, a capital provincial de Cabo Delgado.
Filipe Nyusi visitou Macomia, uma das principais sedes de distrito de Cabo Delgado, que em Maio chegou a ser ocupada durante dois dias por terroristas.
Depois, o chefe de Estado visitou a ilha do Ibo, para onde milhares de pessoas têm fugido, e esteve também com militares em ambos os locais.
O conflito no norte dura há três anos, matou entre 1.000 a 2.000 pessoas e provocou cerca de 300.000 deslocados internos que largaram as terras para fugir da guerra. Alguns dos ataques foram reivindicados, desde Junho do ano passado, pelo grupo jihadista Estado Islâmico, ainda que a origem da violência continue sob debate.
De acordo com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades moçambicano, nos últimos oito dias cerca de 7.400 deslocados chegaram em 127 embarcações às praias de Pemba.
Presidente quer dialogar com autoproclamada Junta Militar no centro de Moçambique
Enquanto o norte enfrenta a crise humanitária há três anos, o centro tem sido palco de outros ataques em que o principal suspeito é a autoproclamada Junta Militar da Renamo.
Filipe Nyusi anunciou uma trégua na perseguição à Junta Militar para que ela se abra ao diálogo: "Irei instruir as FDS para, a partir de amanhã [domingo] e no intervalo de uma semana, pararem de perseguir a Junta. Para darmos oportunidade à Junta de voltar ao diálogo", declarou.
"Não vamos perseguir a Junta durante uma semana precisamente para dizer que nós estamos abertos, o país está aberto, eu estou aberto" ao diálogo, disse.
A Junta Militar da Renamo é um movimento de ex-guerrilheiros dissidentes da Renamo que contesta o líder eleito no congresso de 2019, Ossufo Momade, e as condições de desmilitarização, desarmamento e reintegração negociadas com o Governo.
O grupo é o principal suspeito da morte de cerca de 30 pessoas em ataques contra autocarros, aldeias e militares no centro do país.
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