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#Moçambique/Cabo Delgado

Moçambique: PAM investiga acusações de abusos sexuais

O Programa Alimentar Mundial está a averiguar queixas de abusos sexuais contra líderes comunitários envolvidos na assistência alimentar às vítimas da violência armada em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

Deslocados no norte de Moçambique. 24 de Fevereiro de 2021.
Deslocados no norte de Moçambique. 24 de Fevereiro de 2021. AFP - ALFREDO ZUNIGA
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Maurício Burtet, o chefe do escritório do Programa Mundial Alimentar na província de Cabo Delgado, falou em acusações contra líderes comunitários envolvidos na ajuda alimentar aos deslocados dos ataques terroristas nesta região do norte de Moçambique. 

“Estas questões que temos recebido fazem referência, algumas vezes, a abuso de poder por líderes comunitários ou troca de alimentos por questões de sexo e essas questões nós não temos tolerância nenhuma. É tolerância zero para essas questões que prejudicam as comunidades”, afirmou.

 O responsável falou durante um encontro com técnicos do Instituto Nacional de Gestão de Desastres Naturais, parceiros de cooperação e dirigentes distritais.

Lisete Manuel, delegado do Instituto Nacional de Gestão de Risco de Desastres em Cabo Delgado não escondeu a preocupação das autoridades face às queixas.

“Uma preocupação particular é o abuso e a exploração sexual de pessoas vulneráveis que são elegíveis na assistência humanitária. Ao mesmo tempo, a comunidade humanitária está pronta a fornecer todo o apoio necessário para e cooperar estritamente com as actividades governamentais ao nível de Cabo Delgado para garantir a protecção contra este tipo de casos”, afirmou.

Os beneficiários da assistência alimentar prestada pelo PAM acusam de abuso de poder os líderes das comunidades onde os deslocados estão reassentados.

A província de Cabo Delgado, rica em gás natural, é vítima desde 2017 de ataques, alguns reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico. O conflito provocou mais de 3.100 mortes, de acordo com o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 859 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.

Desde Julho, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda e da Comunidade do Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu a retoma de várias zonas onde havia a presença dos rebeldes, mas os ataques continuam em zonas dispersas da província e de regiões vizinhas.

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