ACNUR: Situação dos deslocados em Cabo Delgado é “preocupante”
A situação dos deslocados em Cabo Delgado é “preocupante”, garantiu à Agência de Notícias Lusa, Lara Bommers, encarregada de comunicação do ACNUR em Pemba.
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A emergência humanitária mantém-se em Cabo Delgado com cerca de um milhão de deslocados e subfinanciamento das operações. O alerta é do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Em declarações à Agência de notícias Luasa, a encarregada de comunicação do ACNUR em Pemba, Lara Bommers, disse que a situação dos deslocados em Cabo Delgado é “preocupante”.
Lara Bommers admite que nos últimos tempos houve uma diminuição dos ataques “não sabemos se é por causa do Ramadão” ou por uma “restruturação dos grupos armados”, todavia mantém-se “os ataques esporádicos”.
Estes ataques esporádicos levam as pessoas as deslocar-se. “Na semana passada tivemos o movimento de 2 mil pessoas. Os números de deslocados não está a baixa. Cada ataque conduz a um movimento de pessoas que nós temos de apoiar”, admite a encarregada de comunicação do ACNUR em Pemba.
Lara Bommers alerta para o facto da ACNUR ter um orçamento sobretudo centrado na situação no norte do país, mas que está subfinanciado.
"Este ano, como temos mais necessidade, o nosso orçamento é de 47,4 milhões de dólares. Estamos em Abril, mas nem um quarto está financiado: temos apenas 23%. Isso é uma dificuldade, mas não vai impedir de nos adaptarmos e continuarmos a trabalhar", reconheceu.
Há cinco anos que a província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, vive a braços com a insurgência armada, alguns dos ataques perpetrados foram reclamados pelo autodenominado grupo extremista Estado Islâmico.
Os chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovaram em Junho de 2021, em Maputo, um mandato da "força em sstado de alerta" da organização, para combater ao terrorismo e a actos de extremismo violento na província nortenha de Cabo Delgado.
O conflito armado já fez mais de um milhão de deslocados e cerca de 4.000 mortes.
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