Oposição pede “reposição da verdade eleitoral” em Moçambique
Depois de mais um dia de protestos convocados pela Renamo, o líder do maior partido da oposição, Ossufo Momade, afirmou que não desiste da “reposição da verdade eleitoral”. Também Lutero Simango, presidente do MDM, a terceira força parlamentar, pediu ao Conselho Constitucional para tomar uma posição sobre as autárquicas de 11 de Outubro.
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O líder da Renamo, Ossufo Momade, afirmou que o maior partido da oposição não desiste da “reposição da verdade eleitoral” e aconselhou as instituições internacionais a avaliarem o nível democrático antes de atribuírem apoios.
A posição de Ossufo Momade foi assumida na quinta-feira, no balanço de reuniões realizadas esta semana com o embaixador da União Europeia acreditado em Moçambique, Antonino Maggiore, e com a equipa do Fundo Monetário Internacional, liderada por Pablo Lopes Murphy. Sobre o encontro com a equipa do FMI, Ossufo Momade disse que pediu à organização internacional “para que acompanhe rigorosamente o uso dos valores emprestados aos países, mas sobretudo em Moçambique, para evitar que o mesmo dinheiro seja desviado e usado para a compra de material bélico para combater a oposição e para a fraude eleitoral tal como aconteceu recentemente no país”.
“A Renamo exige a reposição da verdade eleitoral, sendo, por isso, que tem estado a realizar manifestações pacíficas como forma de protesto. A invasão da polícia às delegações da Renamo na cidade de Maputo e Nampula foi outra inquietação que apresentámos ao embaixador, como o rasgar de todos princípios democráticos. O cenário de detenções de jovens militantes do nosso partido mereceu, igualmente, o nosso repúdio”, acrescentou o líder do maior partido da oposição moçambicana.
Para este sábado, a Renamo voltou a convocar uma marcha de protesto contra os resultados das eleições autárquicas de 11 de Outubro.
“A manipulação dos resultados eleitorais do dia 11 de Outubro pela Comissão Nacional de Eleições está a criar uma onda de revolta e indignação a todos moçambicanos e a comunidade internacional”, declarou Ossufo Momade.
Na quarta-feira, o presidente do MDM, a terceira força parlamentar, foi à Procuradoria-Geral da República para “pressionar” o Ministério Público a investigar “ilícitos eleitorais” denunciados pelo partido e relacionados com as autárquicas.
Para o presidente do MDM, Lutero Simango, os resultados das eleições autárquicas que dão vitória à Frelimo não são reais, instando o Conselho Constitucional a tomar uma posição. “Nós queremos que o Conselho Constitucional assuma as suas responsabilidades, queremos que o Conselho Constitucional garanta a credibilidade do sistema judiciário”, disse Lutero Simango.
Os resultados apresentados pela Comissão Nacional de Eleições indicam uma vitória da Frelimo em 64 das 65 autarquias do país, enquanto o MDM manteve a Beira. A Renamo, que nas anteriores 53 autarquias liderava em oito, ficou sem qualquer município, apesar de reclamar vitória nas maiores cidades do país.
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