Maputo acolhe mulheres do mundo inteiro
Mulheres de todo o mundo estão reunidas em Maputo, para lutar contra todas formas de violência e opressão e tentar constituir uma alternativa para alcançar a paz em Moçambique.
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No dia em que foi de novo suspenso até dia 18 de Outubro o diálogo entre governo, Renamo e mediadores internacionais (que deveria ter recomeçado esta segunda-feira em Maputo), mulheres de todo o mundo estão reunidas até dia 15 de Outubro na capital moçambicana para lutar contra todas formas de violência e opressão.
Perante a tensão político militar em que o país está mergulhado, as mulheres pretendem constituir-se em alternativa para um mundo melhor defendeu Paula Vera Cruz do Fórum Mulher, instituição organizadora do encontro.
Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo
"Não só Moçambique... mas Moçambique neste momento vive num contexto de instabilidade política e militar, todos os dias nós ouvimos e vemos crianças violadas, mulheres espancadas, tudo isto é um contexto...não é este o mundo que nós queremos, mas nós como mulheres acreditamos na nossa força, para mudar este mundo que nós temos hoje."
Influenciar a criação de leis, que criminalizem a violência contra a mulher e despertar esta camada social para a necessidade de lutar pelos seus direitos, são alguns dos objectivos da Marcha Mundial das Mulheres cujo 10° encontro arrancou hoje em Maputo, sendo o primeiro realizado em Moçambique e que decorre sob o lema “Mulheres em Resistência: Construindo Alternativas por um Mundo Melhor”.
Pretende-se neste encontro segundo Fórum Mulher, organizadora do evento, criar espaço para a partilha das acções realizadas nos diferentes continentes.
Assassínio Jeremias Pondeca
Zenaida Machado, da ONG Human Rights Watch
A ong Human Rights Watch insurgiu-se esta segunda-feira contra o assassínio este sábado em Maputo de Jeremias Pondeca, quadro sénior da Renamo, membro da Conselho de Estado e membro da delegação do pincipal partido da oposição na comissão de diálogo com o governo e os mediadores internacionais.
O Presidente Filipe Nyusi exige esclarecimento célere sobre o assassínio de Jeremias Pondeca, a polícia garante estar a investigar, mas desde já a União Europeia, o governo português e a embaixada dos Estados Unidos em Moçambique condenaram igualmente este crime, considerado mais um entrave ao diálogo e alcance da paz em Moçambique, apesar de a Renamo ter reiterado hoje que o diálogo entre as partes vai prosseguir a 18 de Outubro como anunciado.
Para Zenaida Machado, responsável da Human Rights Watch, Jeremias Pondeca era um personagem crucial para o processo de paz em curso.
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