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Moçambique

Observadores fazem avaliação contrastada das eleições moçambicanas

Continua o apuramento dos votos das sextas eleições gerais que tiveram lugar esta terça-feira em Moçambique. De acordo com resultados provisórios e oficiosos, a Frelimo no poder, estaria à frente nas contagens de sufrágios nas províncias de Cabo Delgado, Inhambane, Manica e Zambézia. Resultados que desde já partidos de oposição ameaçam contestar. A Renamo, segunda força política do país, apresentou uma queixa-crime contra um cidadão que divulgou numa rede social na segunda-feira, antes da votação do dia seguinte, uma sondagem dando a vitória ao chefe de Estado Filipe Nyusi, nas presidências e à Frelimo nas legislativas e provinciais. A divulgação de sondagens, segundo argumenta a Renamo, é proibida por lei.

Missão de observação da União Europeia durante a apresentação da sua avaliação do escrutínio moçambicano, em Maputo neste dia 17 de Outubro de 2019.
Missão de observação da União Europeia durante a apresentação da sua avaliação do escrutínio moçambicano, em Maputo neste dia 17 de Outubro de 2019. Lusa
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Dois dias depois do escrutínio, as diversas organizações internacionais que enviaram para o terreno missões de observação, apresentaram as suas primeiras avaliações sobre o processo. Para a missão de observação da União Africana, a votação foi "transparente", o chefe desta delegação, o antigo presidente nigeriano Goodluck Jonathan tendo colocado em destaque a presença dos partidos políticos e dos observadores nas urnas. No mesmo sentido, o Fórum das comissões eleitorais dos países da SADC, liderado pelo presidente da comissão eleitoral angolana, André da Silva Neto, as eleições em Moçambique foram "consistentes e transparentes", esta missão deixando contudo a recomendação de "se acelerar o processo de credenciamento dos observadores nacionais e tornar mais expedito o anúncio oficial dos resultados eleitorais".

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André da Silva Neto, chefe dos observadores do Fórum das comissões eleitorais dos países da SADC, em declarações recolhidas pela enviada especial Cristiana Soares

Nota globalmente positiva é também dada pela missão de observação da CPLP, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, para a qual este escrutínio decorreu pacificamente. Ao apelar às autoridades judiciais moçambicanas para o esclarecimento cabal dos episódios de violência durante a campanha e dos indícios de irregularidades na contagem dos votos, a missão admitiu que se registaram "incidentes isolados" mas que estes últimos não colocam em causa a "integridade" da votação, conforme declarou o coordenador da missão, Mário Mendão.

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Coordenador da missão de observação da CPLP, Mário Mendão, em declarações recolhidas pela enviada especial Cristiana Soares

Avaliação francamente mais crítica foi entretanto feita pela missão de observação da União Europeia. Apesar de sublinhar que a votação foi "bem organizada", os observadores europeus não deixaram de apontar que campanha ficou marcada pela violência e o recenseamento levantou dúvidas, conforme indicou o chefe da missão, Nacho Sánchez Amor.

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Chefe da missão de observação da UE, Nacho Sánchez Amor, em declarações recolhidas pela agência Lusa

Desde o encerramento das mesas de voto, logo após a votação desta terça-feira, tem estado a decorrer a contagem dos sufrágios nas 20.162 mesas em que os moçambicanos votaram para escolher o seu Presidente da República, 250 deputados do parlamento assim como os seus governadores e respectivos representantes locais. De acordo com a lei, o anúncio dos resultados oficiais, a ser efectuado pela Comissão Nacional de Eleições, deveria ocorrer até ao dia 30 de Outubro, ou seja 15 dias depois do escrutínio.

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