Líderes árabes não chegam a consenso sobre conflito israelo-palestino

Os dirigentes dos países árabes, reunidos durante o final de semana, em Syrta, na Líbia, para a 22ª de Cúpula da Liga Árabe, não conseguiram chegar a um consenso sobre uma postura a ser adotada diante do impasse das negociações sobre o conflito israelo-palestino, agravado pelos anúncios de novos assentamentos na parte oriental de Jerusalém .

Amr Moussa, secretário-geral da Liga Árabe pediu urgência para uma decisão coeltiva sobre o processo de paz israelo-palestino. Reuters / Ismail Zitouny

Um comitê de ministros das Relações Exteriores apresentou durante a Cúpula uma resolução afirmando que Israel deveria suspender todos seus processos de colonização para que sejam retomadas as discussões sobre o processo de paz com os palestinos.

Como o texto não foi aprovado em sessão plenária e, confirmada a falta de consenso, a diplomacia da Síria considerou que nenhum documento representava o ponto de vista da Liga Árabe.
Amr Moussa, secretário-geral da organização que reúne 22 países árabes, anunciou que uma Cúpula extraordinária será realizada para discutir essas e outras questões que ficaram suspensas, mas não informou local nem data.

No encerramento do evento, Moussa disse que nas próximas semanas a Liga Árabe deverá definir se continua apostando nas negociações ou se discute outras alternativas.
Muitos países árabes defendem a iniciativa proposta em 2002 pela Arábia Saudita durante a Cúpula de Beirute, de uma normalização das relações dos países árabes com Israel em troca da retirada total de judeus dos territórios ocupados desde 1967 e uma solução justa para os refugiados palestinos. Outros países defendem que os palestinos anunciem a criação de um estado de maneira unilateral ou que eles mudem de estratégia e defendam a criação de um estado binacional para árabes e judeus, iniciativa já rejeitada por Israel.

Urgência

Sem comentar sobre nenhuma das propostas, Amr Moussa, no entanto, declarou que é preciso urgência para a tomada de uma decisão sobre o impasse no processo de paz israelo-palestino que os Estados Unidos tentam relançar através de negociações indiretas mediadas pelo enviado especial de Washington à região, George Mitchell.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que tinha recebido o sinal verde da Liga Árabe para iniciar o diálogo indireto, voltou atrás após o anúncio do governo israelense de construir mais 1.600 novos alojamentos para judeus na parte oriental de Jerusalém.