Coreia do Norte afundou navio sul-coreano, diz relatório

O documento foi redigido por uma comissão internacional independente de investigação. Ele confirmou que o naufrágio do navio sul-coreana Cheonan foi mesmo provocado por um torpedo submarino, disparado pela Coreia do Norte. A tensão entre as duas Coreias é grande.

O navio militar sul-coreano, Cheonan, durante uma operação naval em 23 de março de 2010, três dias antes do naufrágio. Reuters

O naufrágio do navio Cheonam aconteceu em 26 de março passado, no Mar Amarelo. 46 marinheiros sul-coreanos morreram na tragédia. A Coreia do Sul pretende acionar o Conselho de Segurança da ONU para pedir sanções contra os vizinhos do norte. O governo comunista de Pyongyang considerou as acusações fantasiosas e ameaça uma guerra generalizada na região, se for submetido a novas sanções.

O primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, disse que o naufrágio do navio militar é imperdoável e deu apoio total à Coreia do Sul. Esse novo foco de conflito entre as Coreias inviabiliza, segundo autoridades japonesas, as discussões sobre o desarmamento nuclear da Coreia do Norte, já emperradas há mais de um ano.

Reação chinesa

A China pediu calma aos envolvidos, informando que também realiza investigações sobre o incidente. Em

02:01

Maria João Belchior, correspondente da RFI, em Pequim

comunicado oficial, o ministério das Relações Exteriores chinês pediu à Coreia do Norte e à Coreia do Sul que evitem reações apressadas. A China, tradicional aliada da Coreia do Norte, não comentou os resultados do inquérito internacional z não admitiu que a culpa é da Coreia do Norte.

O principal jornal do Partido comunista chinês lançou uma sondagem na Internet perguntando quem está certo nesta questão entre a Coreia do Sul e do Norte. A maioria dos internautas votou para a Coreia do Norte.

Na Sexta-feira, a secretária de Estado americana Hillary Clinton chega ao Japão, primeira etapa de uma visita de uma semana à Ásia. A Coreia do Sul é o segundo destino de Hillary que em seguida segue para Pequim, onde tem um encontro bilateral com o governo chinês sobre o diálogo econômico e estratégico entre os dois países. Mas o resultado do inquérito internacional e a tensão na península coreana, certamente vai dominar as discussões entre os Estados Unidos e a China.