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Israel/Faixa de Gaza

Comunidade internacional condena ataque de Israel

A comunidade internacional reagiu com indignação ao ataque de Israel contra navios que transportavam ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.  O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto oficial na região. Nesta segunda-feira, a marinha de Israel atacou uma frota de barcos da ONG Free Gaza que tentava furar o bloqueio de entrada de mercadorias a Gaza para entregar 10 mil toneladas de alimentos aos habitantes da região. Pelo menos 19 pessoas morreram.

O navio turco Marmara foi atacado pelo exército israelense.
O navio turco Marmara foi atacado pelo exército israelense. Reuters/Emrah Dalkaya
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Na Europa, o ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, declarou estar profundamente chocado pelas consequências trágicas da operação militar e afirmou que "nada justifica o emprego de tamanha  violência".

O governo irlandês denunciou o que chamou de "ação totalmente inaceitável de Israel". A Grécia convocou, de urgência, o embaixador de Israel em Atenas e pediu informações sobre os cidadãos gregos que estavam a bordo dos navios.

O ataque também foi condenado pela  Espanha, que convocou o embaixador israelense em Madrid. Dinamarca e Irlanda também pediram explicações oficiais às representações diplomáticas de Israel.

A União Europeia pediu uma investigação completa das autoridades israelenses sobre as circunstâncias do ataque. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, lembrou que a política de bloqueio de Gaza é inaceitável e politicamente contra produtiva e aproveitou para pedir o fim do bloqueio instaurado em junho de 2007, quando o partido islamita Hamas tomou o controle da Faixa de Gaza. A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, também afirmou estar "chocada" com o ataque.

Já o governo turco fala em consequências irreparáveis para as relações bilaterais. Na cidade turca de Istambul cerca de 400 pessoas se concentraram diante do consulado de Israel. Na capital Ancara, pelo menos 200 manifestantes protestaram diante da residência do embaixador israelense, protegida pela polícia.
No Oriente Médio, o movimento palestino Hamas fez um apelo para que árabes e mulçumanos manifestaem diante das embaixadas de Israel.

O chefe do governo do Hamas em Gaza, Ismaïl Haniyeh, afirmou que o ataque « constitue um crime e um escandâlo politico que terá consequências nos territórios ocupados ». O chefe da Liga Arabe, Amr Moussa, condenou o ataque israelense, que também classificou de « crime contra uma missão humanitária ».

Ataque

A frota atacada pelo exército de Israel havia partido no domingo da ilha de Chipre, com cerca de 700 militantes pró-palestinos a bordo, entre eles o prêmio Nobel da Paz de 1976, o irlandês Mairead Corrigan Maguire, e vários deputados europeus. Muitos barcos turcos participavam da expedição. O ataque aconteceu em águas internacionais, o que prejudica seriamente a imagem do governo de Israel.

O exército israelense justificou o ataque, dizendo que a expedição de ajuda humanitária não atendeu as ordens para atracar no porto de Ashdod, no sul do pais, e foi interceptada. Os soldados israelenses teriam sido recebidos com violência no navio Marmara. Fontes do exército dizem que o primeiro tiro partiu de uma arma capturada de um militar, o que teria desencadeado a violência, considerada desproporcional pela comunidade internacional.

O porta voz do exército Avi Benihu chamou o incidente de “atentado terrorista em alto mar”. Já o vice-ministro de Relações Exteriores Danny Ayalon afirmou em coletiva de imprensa que um canal de contrabando de armas teria sido aberto caso a expedição tivesse chegado a Gaza, e ressaltou que os organizadores foram avisados que não poderiam se aproximar do território palestino.

01:20

Nathalia Watkins, correspondente da RFI em Jerusalém.

 

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