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Estados Unidos/Israel

Imprensa repercute com otimismo encontro entre Obama e Netanyahu

A imprensa israelense repercute, nesta quarta-feira, com otimismo o encontro entre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Os principais jornais israelenses comparam o encontro desta terça-feira, em que os dois líderes políticos posam sorridentes para a foto, à reunião glacial de março, marcada pelo anúncio, feito por Israel, da construção de 1.600 alojamentos judaicos em Jerusalém Oriental.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com o presidente norte-americano, Barack Obama.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com o presidente norte-americano, Barack Obama. Reuters
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Apesar do otimismo, a imprensa e observadores israelenses destacam que a melhoria na relações entre os dois líderes políticos é  "circunstancial". Por um lado, é impossível para um primeiro-ministro israelense entrar em crise definitiva com Washington. Por outro, com a aproximação dos legislativas norte-americanas, Barack Obama precisa do apoio do lobby judaico nos Estados Unidos, insinua a imprensa.

Alguns jornais também consideram que o bom humor de Obama e Netanyahu se explicaria pelo fato de que os dois líderes políticos evitaram, durante o encontro, os temas espinhosos, como a construção de novos assentamentos judaicos nos territórios ocupados palestinos.

A reunião entre Obama e Netanyahu durou mais de três horas na Casa Branca. Na saída, o presidente norte-americano afirmou que “os laços entre os Estados Unidos e Israel são inquebráveis”.Obama também afirmou que os dois concordaram em começar negociações diretas entre israelenses e palestinos para a paz no Oriente Médio. Usando um tom conciliador, Obama afirmou que o premiê israelense “quer a paz” no Oriente Médio.

Os dois negaram que o relacionamento entre Israel e Estados Unidos tenha esfriado durante os últimos meses e reafirmaram interesses comuns em segurança nacional. O governo Obama havia endurecido com o premiê israelense, insistindo em um congelamento total dos assentamentos israelenses.

Na visita à Casa Branca em março, o líder israelense foi tratado com frieza e não teve direito sequer a uma entrevista conjunta com Obama à imprensa, uma rejeição diplomática que não passou despercebida. Mas a reação do lobby judaico americano a essa política mais assertiva de Obama foi brutal. Grande parte do Congresso massacrou o governo, dizendo que Obama não entendia a “ameaça existencial” de que Israel era vítima e que ele não era realmente um amigo do povo judeu.

O governo Obama voltou atrás, começou a se aproximar de lideranças judaicas e manobrar para fazer as pazes com Netanyahu. Aí, em Maio, veio o incidente com a flotilha da liberdade, atacada por soldados israelenses enquanto se dirigia a Gaza com suprimentos. Apesar da enorme pressão internacional, o governo Obama estava no meio do processo de reaproximação com Israel e não quis voltar a endurecer o tom na condenação ao ataque à flotilha.

Nesta terça-feira, Obama afirmou que Netanyahu está preparado para assumir “riscos” nas negociações de paz do Oriente Médio e elogiou o israelense por ter permitido a entrada de mais produtos em Gaza. O premiê israelense disse que estava “mais do que na hora” de ele e o primeiro ministro palestino, Mahmoud Abbas, iniciassem negociações diretas de paz. Obama disse esperar que as negociações comecem antes de acabar a moratória dos assentamentos israelenses em territórios ocupados, em setembro.

 

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