Amorim encerra visita ao Oriente Médio sem obter avanços

O chanceler brasileiro Celso Amorim encerrou sua vista a Israel e aos territórios palestinos, nesta terça-feira, após se reunir com a líder da oposição israelense Tzipi Livni e almoçar com seu colega Avigdor Lieberman. A visita de três dias de Amorim não ganhou destaque algum na imprensa de Israel.

O chanceler Celso Amorim durante visita ao Oriente Médio. Reuters

Depois do encontro com Livni, em Tel Aviv, Amorim criticou a pressão internacional para o início de conversações diretas entre israelenses e palestinos. Segundo o chanceler, não é a forma das negociações que determina seu resultado. Amorim lembrou que, no passado, já aconteceram negociações diretas sem alcançar os objetivos desejados. O ministro brasileiro diz ter percebido que existe vontade de negociar do lado palestino.

Já o encontro com Lieberman aconteceu num ambiente ainda marcado pelo desentendimento diplomático durante a visita do presidente Lula, em março, quando o israelense não compareceu a uma sessão parlamentar na qual o presidente brasileiro discursou. Lieberman, ministro da ala ultranacionalista do governo israelense, teria ficado ofendido com uma suposta recusa por parte de Lula em visitar o tumulo de Herzl, o pai do Sionismo. Os ministros evitaram dar declarações à imprensa após o almoço de trabalho.

A visita de três dias de Amorim a Israel e aos territórios palestinos não ganhou destaque algum na imprensa local, que citou o chanceler brasileiro apenas na ocasião de sua visita a Istambul. Os representantes do Brasil, do Irã e da Turquia voltaram a se reunir no domingo, em Istambul, para dar andamento ao acordo tripartite firmado em maio, para a troca de combustível nuclear com o Irã. 

De Israel, Amorim seguiu para Damasco, capital da Síria, onde encerra seu giro na região.

Nathalia Watkins, correspondente da RFI em Jerusalém