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Nobel/China

Comitê do prêmio Nobel pede à China que liberte Liu Xiaobo

O dissidente Liu Xiaobo, que cumpre uma pena de 11 anos por subversão, foi simbolicamente substituído por uma cadeira vazia na entrega do Nobel da Paz.  Assim como o comitê do prêmio, o presidente Barack Obama, laureado do ano passado, também fez um apelo para que o militante seja colocado em liberdade. “Ele merece muito mais esse prêmio do que eu.”

O comitê do prêmio Nobel fez uma entrega simbólica ao prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo
O comitê do prêmio Nobel fez uma entrega simbólica ao prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo Foto:REUTERS/Toby Melville
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A presença do dissidente chinês Liu Xiaobo na cerimônia de entrega do prêmio Nobel da Paz, nesta sexta-feira, em Oslo na Noruega, talvez não tivesse surtido o mesmo efeito que sua cadeira simbolicamente vazia. Nela, o presidente do comitê do Nobel, Thorbjoern Jagland, depositou seu diploma e sua medalha, antes de fazer um apelo às autoridades chinesas pela sua liberdade. "Liu apenas exerceu seus direitos. Ele não fez nada de mal e deve ser libertado", disse. O comitê também deplorou o fato que nenhum membro da família de Liu tenha sido autorizado a participar da cerimônia, acrescentando: "se a China é capaz de desenvolver uma economia de mercado e garantir os direitos humanos, isso terá um grande impacto no mundo."O discurso escrito por Liu há um ano, durante seu processo, foi lido pela atriz norueguesa Liv Ullmann.

Em um comunicado, o presidente americano, Barack Obama, prêmio Nobel no ano passado, e a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, também pediram a libertação imediata de Liu. “Liu Xiaobo merece muito mais esse prêmio do que eu”, disse o presidente americano. A França, que mantém ótimas relações comerciais com a China, adotou um tom mais comedido para não criar novos problemas, pedindo a libertação de todos os defensores dos direitos humanos no mundo.

Na China, as palavras “cadeira vazia” e "Oslo" foram censuradas na Internet nesta sexta-feira. O governo chinês condenou o prêmio Nobel, considerado como uma  "reminiscência da Guerra Fria”, ou “teatro político”, segundo as palavras da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Jiang Yu. Figura emblemática do antigo movimento da praça de Tiananmen, em 1989, Liu Xiaobo cumpre uma pena de 11 anos de prisão por subversão e a co-autoria de um texto que pede a democratização da China.

Cerca de 20 países recusaram o convite para assistir à cerimônia, segundo o comitê do Nobel, mas 45 enviaram representantes, entre eles os Estados Unidos, o Japão, a Índia, a Coreia do Sul e o Brasil.

Literatura, Química e Física

Outros prêmios Nobel devem ser entregues nesta sexta-feira, entre eles o de Literatura. O laureado é o escritor peruano naturalizado espanhol, Mario Vargas Llosa. Na cerimônia em Estocolmo, ele recebeu das mãos do rei da Suécia, Carl Gustaf, o diploma, a medalha com o perfil do criador do prêmio, Alfred Nobel, além do prêmio de um milhão e cem mil euros, quase dois milhões e meio de reais. Um banquete será realizado em seguida com a presença da família real e de outros laureados do Nobel 2010.

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Mario Vargas Llosa, escritor e vencedor do prêmio Nobel de Literatura 2010

Aos 74 anos, Vargas Llosa já teve vários livros publicados no Brasil, por diversas editoras. “Sabres e Utopias" é o mais recente, lançado pela Objetiva. Entre suas obras mais conhecidas, estão "Conversa na Catedral", "Tia Julia e o escrevinhador", "A verdade das Mentiras" e "Travessuras da menina má".
 

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