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Justiça/Itália

Berlusconi diz que vai lutar para obter extradição de Battisti

No último dia de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recusou nesta sexta-feira a extradição do ex-militante de extrema esquerda Cesare Battisti à Itália. O ex-ativista foi condenado à revelia à prisão perpétua em seu país por quatro mortes, cometidas nos anos 70 pelo grupo Proletários Armados pelo Comunismo, nas quais ele estaria supostamente implicado. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, afirmou que Battisti deve "ganhar liberdade imediatamente". Ele deverá ficar no Brasil como imigrante. A decisão foi tomada tendo como base o parecer da Advocacia Geral da União.

O chefe do governo Italiano, Sílvio Berlusconi.
O chefe do governo Italiano, Sílvio Berlusconi. Reuters
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Para o chefe de governo italiano o caso não está encerrado. Silvio Berlusconi declarou que continuará lutando pela extradição do ex-militante. Ele qualificou duramente a decisão do presidente Lula como “contrária ao sentido mais elementar da justiça”. Berlusconi se solidarizou às famílias das vítimas e se comprometeu a prosseguir sua batalha para que Battisti seja entregue à justiça italiana.

Já o ministro italiano da Defesa, Ignazio La Russa, declarou que "as piores previsões se revelaram" e reforçou que a Itália vai "tentar tudo" para que o Brasil reverta sua decisão. Ele disse ainda que o anúncio de Lula foi "injusto e ofensivo".

A diplomacia italiana anunciou que vai chamar para consulta o seu embaixador no Brasil, Gerardo La Francesca.

Em contrapartida, o ministro brasileiro de Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que as reações da Itália eram impertinentes.

A decisão do presidente Lula, bastante esperada pela comunidade internacional, aconteceu na manhã desta sexta-feira, no Palácio do Planalto. O comunicado oficial foi lido por Celso Amorim. Para tentar acalmar o governo italiano, o texto oficial afirma que a decisão "não representa uma afronta a outro Estado”.

Com a recusa de Lula de extraditar Battisti agora cabe ao Supremo Tribunal Federal de emitir um alvará de soltura do ex-ativista italiano.

O filósofo francês Bernard-Henri Lévy felicitou agora à tarde a decisão do presidente Lula de não extraditar Battisti para a Itália.
 

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