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Síria/protestos

Governo da Síria anuncia medidas para acalmar tensão no país

Milhares de pessoas desfilaram nesta quinta-feira pelas ruas de Deraa, cidade ao sul da capital Damasco onde uma forte repressão das força-de-ordem contra uma manifestação de jovens provocou a morte de pelo menos 37 pessoas, segundo fontes de um hospital local. Ongs de defesa dos direitos humanos afirmam que número de vítimas pode passar de cem. Conselheira do presidente Bachad al-Assad anunciou a adoção de  medidas para atender revindicações dos opositores ao regime.

Manifestantes reunidos nas proximidades da mesquita de al-Omari ao sul da cidade de Deraa, no dia 22 de março.  .
Manifestantes reunidos nas proximidades da mesquita de al-Omari ao sul da cidade de Deraa, no dia 22 de março. . REUTERS/Khaled al-Hariri
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"As reivindicações da população de Deraa estão sendo analisadas... elas são justificadas. Decisões importantes em todos os níveis serão tomadas daqui para a frente", afirmou Bousaïna Chaabane, conselheira do presidente Bachar Al-Assad durante entrevista coletiva à imprensa.

Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, pelo menos 100 pessoas foram mortas nesta quarta-feira por tiros de policiais em Deraa, cidade ao sul do país que é o reduto de constestação contra o governo da Síria.

Mais de 20 mil pessoas participaram hoje dos funerais na cidade que tem cerca de 75 mil habitantes e fica a 100 quilômetros ao sul da capital, Damasco.

Os moradores, que se dirigiam à mesquita de al-Omari em direção ao cemitério, gritavam: "pela nossa alma e nosso sangue, nós vamos nos sacrificar por você, mártir".

Segundo militantes de Ongs de defesa direitos humanos, a cidade vai demorar até uma semana para enterrar todas as vítimas. Nesta quinta-feira as forças-de-ordem continuaram a prender diversos manifestantes em Deraa.

As autoridades sírias disseram que os conflitos foram provocados por um "grupo armado", acusado também de ter matado 4 pessoas e estocar armas na mesquisa de al-Omari, local de concentração dos protestos. O regime sírio também acusa "grupos estrangeiros" de divulgar mentiras e apelar através de mensagens via telefone celular, enviadas em sua maioria de Israel, para que os sírios promovam distúrbios.

Na rede social Facebook, uma página batizada de "a revolução síria contra Bachar el-Assad 2011", convoca população para uma manifestação nesta sexta-feira por todo o país.

"Nós fazemos um apelo para que o povo sírio se manifeste e anuncie sua recusa diante da injustiça e da repressão em Deraa e em toda a Síria. Vamos continuar com nossas manifestações pacíficas até que nossos objetivos de liberdade e dignidade sejam atingidos", indicou um comunicado publicado na página.

Depois da Tunísia, Egito e Líbia, a onda de revolta popular dos cidadãos contra seus governos chegou à Síria, onde desde o dia 15 de março teve início uma mobilização popular para pedir reformas no país, governado com mão de ferro pelo regime baasista há mais de 40 anos.

O governo britânico enviaram mensagem nesta quinta-feira às autoridades da Síria para que respeitem o direito da população de se manifestar. "Pedimos ao governo sírio respeitar o direito de seu povo manifestar pacificamente e a responder às aspirações legítimas (do povo)", declarou o ministro britânico das Relações Exteriores, Wiliam Hague diante da Câmara dos Comuns, em Londres.

"Pedimos também à grande moderação de todos, incluindo as forças de segurança sírias durante as manifestações que devem acontecer amanhã (sexta-feira)", acrescentou.

 

 

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