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Morte de Bin Laden/análise

Luta pela sucessão na Al Qaeda pode atrasar represálias

Para Dejanirah Couto, especialista em mundo árabe e professora na Escola Prática de Altos Estudos de Paris, o número 2 da rede terrorista, o médico Ayman al-Zawahiri, não está bem cotado para substituir Bin Laden, o pode que tumultuar organização do grupo nos próximos meses.

O número dois de al-qaeda, Ayman al-Zawahiri é agora o novo homem mais procurado.
O número dois de al-qaeda, Ayman al-Zawahiri é agora o novo homem mais procurado. Reuters
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Mesmo que o serviço secreto americano esteja se preparando para um contra-ataque da rede terrorista Al Qaeda, segundo um comunicado divulgado pelo chefe da CIA, Leon Panneta. Para a especialista em mundo árabe e professora na Escola Prática de Altos Estudos de Paris, Dejanirah Couto, as represálias podem não ser imediatas. O motivo seria a luta pela sucessão dentro da rede. Ayman al-Zawahiri, o medico número 2 da rede, não estaria muito bem cotado, diz a especialista. “Certamente vai haver uma disputa para a sucessão do chefe. Talvez neste espaço podemos esperar que não haja uma contra-reação dessas organizações, que devem se reestruturar em outros moldes", diz.

A morte do líder da Al Qaeda, segundo Dejanirah, também terá um impacto direto nas relações entre o Afeganistão, o Paquistão e a Índia. O Paquistão terá esclarecer aos vizinhos, por exemplo, ainda traumatizados com o atentado em Bombaim, a conivência de alguns membros dos serviços secretos com Bin Laden.  "Uma parte dos serviços secretos parece ter sido conivente com Bin Laden, oferecendo apoio e refúgio. Isso vai provocar uma série de ajuste de contas entre facções e grupos", explica.

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Dejanirah Couto, especialista em mundo árabe e professora na Escola Prática de Altos Estudos de Paris

Países estão alertas

Diversos países temem um aumento da ameaça terrorista com a morte de Bin Laden. Mesmo que ela enfraqueça a rede, para o coordenador da luta contra o terrorismo da União Europeia, Gilles de Kerchove, é preciso continuar vigilante depois da morte de Bin Laden, que "deve continuar inspirando os terroristas durante um tempo. "

O chanceler britânico William Hague anunciou nesta segunda-feira que pedirá às embaixadas no mundo que reforcem seu dispositivo de segurança. "Como toda organização, a Al Qaeda vai tentar demonstrar, de uma maneira ou outra, que ainda são capazes de agir", disse Hague, que está em visita ao Egito. O governo francês também deverá manter ativado seu dispositivo antiterrorista no mesmo nível , apesar de um aumento do risco de atentados, com a morte de Bin Laden. O chanceler espanhol, Alfredo Perez Rubalcaba, declarou que o país manterá o nível de alerta terrorista em 2, em uma escala que vai até 4.

* Com entrevista de Adriana Brandão
 

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