Japão começa a fechar central nuclear de Hamaoka

A operadora da central nuclear de Hamaoka começou a interromper as atividades da usina nessa sexta-feira, após um pedido do governo japonês. Os reatores ficam em uma região conhecida por sua forte atividade sísmica, a apenas 200 km de distância da capital Tóquio. 

A central nuclear de Hamaoka é uma das importantes fontes de energia nuclear do centro do Japão. Reuters

Dois meses após o acidente nuclear de Fukushima, o primeiro-ministro japonês Naoto Kan pediu, em nome da segurança da população, que a central de Hamaoka cesse suas atividades. Baseado em estudos realizados por especialistas, o premiê explicou que havia 87% de chances de que a região fosse atingida por um terremoto de 8 graus na escala Richter nos próximos 30 anos. A usina fica a 200 km da capital Tóquio e a cerca de 100 km da zona industrial de Nagoya. Hamaoka também está próxima dos eixos estratégicos do transporte japonês.

A empresa Chubu Electric Power, que administra a usina nuclear, desativou um dos dois reatores ainda em funcionamento nessa instalação do centro do país. “A previsão é cessar a produção de eletricidade durante a manhã”, explicou Kazuhide Enoo, um dos responsáveis da central. O último reator deve ser desativado no sábado.

Essa usina, a única administrada pela Chubu Electric no Japão, é responsável por 15% da produção de eletricidade da operadora. O governo prometeu ajudar a empresa a compensar a paralização das atividades.

Atualmente cerca de 25% da eletricidade japonesa é gerada pelos 54 reatores nucleares do país. Antes da catástrofe de Fukushima, que chamou a atenção para os riscos do sistema, as autoridades do país previam construir cerca de 15 novos reatores até 2030. Com o projeto, metade da eletricidade consumida pelos japoneses passaria a ser de origem nuclear.