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Egito/ julgamento

Ex-ditador egípcio vai a julgamento nesta quarta

Tem início nesta quarta-feira, no Cairo, o processo contra o ex-ditador egípcio Hosni Moubarak, forçado a deixar o poder em fevereiro por intensas manifestações populares em todo o país. Mubarak é acusado de homicídio com premeditação, pelas 840 mortes ocorridas durante os protestos, entre janeiro e fevereiro. Ele também é acusado de desvio de dinheiro público.

O ditador Hosni Mubarak deixou o poder em fevereiro e é acusado de homicídios.
O ditador Hosni Mubarak deixou o poder em fevereiro e é acusado de homicídios. Reuters
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Se for considerado culpado, o ex-ditador poderá ser condenado a pena de morte. Ele permaneceu por 29 anos na presidência do Egito. O advogado dele deve argumentar que a saúde de seu cliente está fragilizada e que Mubarak não tem condições de deixar o hospital onde está internado, no balneário de Charm el Sheik. Ele não deve comparecer ao julgamento, mesmo se sua ausência será mal vista pelos egípcios, que suspeitam que as autoridades querem poupar o ex-ditador de uma humilhação pública.

Países vizinhos, como a Arábia Saudita, também estariam fazendo pressões neste sentido, no intuito de diminuir as tensões na região. Os sauditas negam, e garantem que cortaram qualquer contato com o antigo regime egípcio.

O processo acontece em um momento em que outros ditadores, como o líbio Muammar Kadafi e o sírio Bachar Al-Assad, se recusam a deixar o poder. Além disso, os próprios egípcios voltaram às ruas para pedir a aceleração das reformas políticas e econômicas no país e a punição do antigo regime. O julgamento de Mubarack poderá passar a mensagem de que os tiranos africanos podem vir a ser condenados no futuro, segundo analistas.

O processo será retransmitido ao vivo pela televisão estatal. O juiz responsável pelo caso, Ahmed Refaat, advertiu que no máximo 600 pessoas poderão assistir pessoalmente ao julgamento. O ex-ministro do Interior egípcio, Habib al Adli, e dois filhos de Mubarak também serão julgados nesta quarta-feira, pelos mesmos crimes.

Mubarak será o segundo ditador africano a passar por julgamento desde o início dos protestos na região. Em julho, o ex-presidente da Tunísia, Zine Ben Ali, foi condenado a 15 anos de prisão, mas vive exilado na Arábia Saudita.

Jornalista presa
Um jornalista da BBC foi presa na segunda-feira, no Egito, durante a dispersão de uma manifestação no Cairo, na qual diversas pessoas ficaram feridas. Pouco após a prisão, Shaimaa Khalil escreveu na sua conta no Twitter que estava bem e que seria apresentada a um procurador militar nesta terça. A BBC afirmou, por comunicado, que estava “muito preocupada” com a prisão da jornalista, e que “ela fazia apenas o seu trabalho” no Egito.
 

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