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Itália/imigrantes

Itália sugere à OTAN inquérito para apurar omissão de socorro

O governo e as organizações não-governamentais italianas pediram nesta sexta-feira à comunidade internacional que se mobilize para socorrer os imigrantes vindos da Líbia e acusam a OTAN de recusar ajuda ao refugiados em alto-mar. Segundo a ONU, pelo menos 1500 pessoas desapareceram na travessia para a Europa desde março, e 24 mil chegaram à costa italiana. Nesta semana, dezenas morreram durante a viagem.

Barco de imigrantes chega à Lampedusa no dia 12 de abril.
Barco de imigrantes chega à Lampedusa no dia 12 de abril. AFP / Filippo MONTEFORTE
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A Itália solicitou à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a abertura de um inquérito para apurar uma acusação contra um navio da organização que estava próximo de um barco de imigrantes, no sábado, e não prestou socorro aos passageiros. Dezenas de refugiados dessa embarcação morreram durante a travessia. Segundo a agência Ansa, as autoridades italianas teriam pedido ajuda a um navio da OTAN, que estava a 27 milhas do barco de imigrantes, mas não obtiveram resposta. A OTAN negou que o governo italiano tenha solicitado qualaquer tipo de intervenção.

Chegando à Lampedusa, os imigrantes que resistiram à viagem, contaram às autoridades que muitos cadávares foram jogados no mar. O barco, de cerca de 20 metros de comprimento, tinha 350 pessoas a bordo, que viajavam em condições precárias. De acordo com Mario Testa, médico que atendeu os imigrantes, eles passaram seis dias e seis noites em alto mar sem água e comida. Cinco deles, em estado grave, foram hospitalizados em Palermo. Na segunda-feira, 25 pessoas já haviam sido encontradas mortas dentro de uma embarcação

O chanceler italiano, Franco Fratini, propôs a abertura de uma debate, para incluir nas atribuições da OTAN o socorro à esse tipo de embarcação. Em um comunicado, ele propôs incluir no mandato da missão da Organização, de ajuda às populações civis na Líbia, uma nova cláusula que permita ajudar as pessoas que foram obrigadas a fugir do país, em plena guerra civil, para salvar a própria vida.

A Organização Save The Children, que recebe os imigrantes em Lampedusa, pediu a abertura de corredores humanitários em caráter de urgência. A Médicos sem Fronteiras pede que todos os países envolvidos no conflito na Líbia e as nações vizinhas respeitem as leis internacionais, mantendo as fronteiras abertas e oferecendo segurança e proteção aos refugiados.
 

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