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Síria/repressão

Ofensiva na Síria usa até navios de guerra para reprimir opositores

O regime do presidente Bachar al-Assad realiza neste domingo uma ofensiva terrestre e marítima na região da costa ocidental da Síria que tem o apoio de tanques e navios de guerra para sufocar o movimento de oposição. A operação é realizada um dia após novo apelo do presidente americano Barack Obama e de outros líderes mundiais para o fim da violência contra os manifestantes.

Manifestação contra o presidente Bachar al-Assad, em Genebra, na Suíça.
Manifestação contra o presidente Bachar al-Assad, em Genebra, na Suíça. AFP PHOTO/FABRICE COFFRINI
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Pelo menos 21 civis morreram e outras dezenas de pessoas ficaram gravemente feridas neste domingo durante um ofensiva terrestre e marítima no bairro de al-Raml al-Jounoubi, em Latakia, na costa ocidental da Síria, informou o Observatório sírio de Direitos Humanos (OSDH, na sigla em inglês).

“Navios de guerra atacam Latakia e explosões foram ouvidas em diversos bairros”, afirmou a ONG em um comunicado, informando que os ataques das força governamentais foram feitos com artilharia e armas pesadas.

Segundo o Observatório, “tiros e explosões foram ouvidos também no bairro de Salibé, enquanto veículos das milícias pró-regime e das forças de segurança formavam grupos dentro da cidade”.

As forças de segurança também usaram morteiros no bairro de al-Sakentouri e uma criança ficou ferida no bairro vizinho, de Boustane Saydaoui, acrescentou o OSDH.

As comunicações telefônicas e acesso à internet continuam bloqueados neste domingo, segundo a ONG.

No sábado, dois civis foram mortos em Latakia, indicou o Observatório afirmando que “ 20 blindados e veículos de transporte de tropas” tinham sido deslocados nas proximidades do bairro de al-Raml al-Jounoubi.

De acordo com as fontes do Observatório, um grande número de pessoas, principalmente crianças e mulheres, tentavam fugir da região no sábado com medo da ofensiva militar.

Nos últimos dias, o bairro de al-Ram al-Jounoubi foi palco de uma manifestação massiva pedindo a queda do regime do presidente Bachar al-Assad que há cinco meses enfrenta um movimento de oposição que pede reformas políticas no país.

De acordo com o Observatório sírio de Direitos Humanos, desde o início das manifestações, em 15 de março, cerca de 1.800 civis foram mortos.

Pressão

A pressão internacional sobre o regime sírio se multiplica, mas os apelos das principais lideranças mundiais não têm sido suficientes para o presidente Bachar al-Assad por fim à repressão violenta contra seus opositores.

No sábado, o presidente americano Barack Obama conversou com rei Abdallah da Arábia Saudita e com o primeiro-ministro britânico David Cameron. Washington, Ryad e Londres exigiram que o regime sírio pare imediatamente de usar a violência contra a população e inicie negociações para uma transição democrática no país.

O Canadá reforçou suas sanções contra Damasco ao anunciar um congelamento de bens de 4 novos dirigentes do regime, entre eles um tio do presidente Assad e o responsável pela segurança da cidade de Hama, onde uma forte repressão do exército deixou centenas de mortos no início de agosto.

O governo canadense também decidiu pela suspensão de ativos de empresas vinculadas ao governo como a empresa de telecomunicações Syriatel.
 

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