Irã já é capaz de enriquecer o urânio que precisa

O Irã anunciou nesta segunda-feira que não vai mais negociar a troca de urânio enriquecido e a suspensão de seu programa de combustível com as grandes potências ocidentais. Essa solução foi proposta várias vezes no passado para superar a crise provocada pelo programa nuclear iraniano. Teerã garantiu que já tem capacidade para enriquecer quantidades de urânio suficientes.

Fereydoun Abbassi Davani, chefe do programa nuclear iraniano. Allowchek/wikimedia.org

O chefe do programa nuclear iraniano, Fereydoun Abbassi Davani, disse em entrevista à agência oficial Irna que o programa nuclear do país atingiu um nível de progresso tal que o Irã não precisa mais de outros países. Ao contrário, ele pode ser daqui para frente fornecedor de combustível nuclear ou parceiro de outros países no setor, garantiu Davani.

Um projeto de troca de urânio levemente enriquecido por urânio enriquecido a 20% para alimentar reatores iranianos foi feito em 2009 por grandes potências mundiais para convencer Teerã a abandonar seu polêmico programa nuclear. Brasil e Turquia também fizeram uma proposta semelhante ao Irã em 2010, mas os acordos nunca foram efetivados.

Irã disposto a cooperar com a AIEA

Ao mesmo tempo em que anuncia sua autosuficiência em enriquecer urânio, o chefe do programa nuclear iraniano também afirma que o país está disposto a cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica, mas somente em relação a um número limitado de casos.

Até o momento, Teerã se negava a discutir com a AIEA questões sobre seu programa nuclear dizendo que as alegações da agência não tinham fundamento. As Nações Unidas já aprovaram seis resoluções impondo sanções ao Irã. Teerã afirma que seu programa é pacífico, mas as grandes potências ocidentais temem que o país esteja tentando construir a bomba atômica.