Rebeldes avançam em Sirte, apoiados pela Otan

Ao mesmo tempo em que os rebeldes líbios ingressam em Sirte, a última região que permanece sob o controle do regime do ex-ditador Muammar, Kadafi, a Otan anunciou hoje que realizou bombardeios na cidade. A organização relata “atos brutais” cometidos pelos apoiadores de Kadafi para intimidar a população a continuar defendendo-o.

Rebeldes comemoram a tomada de um dos portais de Sirte, ao leste da cidade. Reuters

“Entre as informações provenientes de Sirte, há execuções, sequestros e a ameaça intencional de pessoas, famílias e grupos da cidade. Centenas de pessoas estão impedidas de deixar as suas casas por falta de segurança e combustível”, indicou um comunicado da Otan. “A natureza brutal dessas ações é o sinal de um regime deposto que vive seus últimos dias.”

Neste sábado, os insurgentes fizeram uma nova ofensiva contra os apoiadores de Kadafi na cidade. Pelo menos dois combatentes do novo governo foram mortos em confrontos, e dezenas ficaram feridos.

Produtos de primeira necessidade, como água, comida e medicamentos, já estão escassos em Sirte, adverte a Organização Atlântica, que coordena as operações militares ocidentais na Líbia. Mais de 2 mil pessoas já deixaram a cidade desde que os insurgentes tomaram a capital, Trípoli, e se consolodaram como os novos representantes políticos do país, após seis meses de confrontos com os apoiadores do regime.

Hoje, o presidente do Conselho Nacional de Transição, Mustafa Abdeljalil, informou a jornalistas em Benghazi que o órgão controla “armas proibidas em nível internacional” descobertas no sul do país. Questionado, ele não deu mais detalhes sobre o armamento. Na sexta-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica havia confirmado a existência de um estoque de urânio concentrado nas proximidades de Seba, a 750 quilômetros ao sul da capital. Abdeljalil disse que o conselho vai pedir ajuda à comunidade internacional para “se livrar das armas em toda a segurança”.

O líder dos rebeldes ainda afirmou que a composição de um novo governo provisório será anunciada “na semana que vem”.