Conselho Nacional Sírio nasce reunindo todas as tendências da oposição

A oposição síria superou as divergências e conseguiu formar neste fim de semana, num encontro em Istambul, o Conselho Nacional Sírio (CNS), órgão reunindo todas as correntes de oposição ao regime do presidente Bashar al-Assad.

Burhan Ghalioune, do Conselho Nacional Sírio, dá entrevista neste domingo em Istambul. Reuters/Stringer

O Conselho Nacional Sírio se declara pacifista. O opositor Burhan Ghalioune leu o manifesto de fundação do órgão na presença de jornalistas, afirmando que se trata de uma iniciativa histórica por reunir todas as tendências políticas que organizam as manifestações contra o regime de Assad, como os comitês locais de coordenação (LCC), os liberais, a irmandade muçulmana, proibida na Síria, assim como partidos curdos, cristãos e assírios.

No manifesto, o conselho rejeita toda ingerência externa que venha ameaçar a soberania do povo sírio, mas pede, ao mesmo tempo, que a comunidade internacional proteja a população da Síria. O CNS prega o fim da violência, dos crimes e violações dos direitos humanos no país, estimulando organismos internacionais a agir dentro das regras do direito de modo a proteger os civis.

No início de novembro, o CNS deve reunir sua assembleia geral, composta por 190 membros. O órgão conta agora com um secretariado geral de 29 pessoas, representantes de sete tendências da oposição. As três correntes mais importantes são os nacionalistas, os liberais e os islâmicos moderados.

Hoje, o Exército sírio tomou o controle da cidade de Rastane, onde desertores do regime haviam se refugiado. Opositores afirmam que 250 tanques blindados entraram na cidade, deixando um rastro de civis mortos e casas destruídas.