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Síria

Grupos organizados pró-Assad atacam missões diplomáticas

O regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, se encontra cada vez mais isolado após a decisão da Liga Árabe de suspender o país da organização, a partir da próxima quarta-feira. Missões diplomáticas da França, Turquia, Qatar e Arábia Saudita foram atacadas com violência por manifestantes pró-regime na noite de sábado e durante a madrugada, provocando condenação dos respectivos governos.

Crianças exibem os dedos pintados com as cores da bandeira da Síria durante uma manifestação em Adbl, na última sexta-feira.
Crianças exibem os dedos pintados com as cores da bandeira da Síria durante uma manifestação em Adbl, na última sexta-feira. REUTERS/Handout
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O governo francês informou neste domingo que grupos organizados tentaram invadir e depredar os consulados de Latakia e de Alepo diante da indiferença da polícia síria. O ministério francês das Relações Exteriores convocou a embaixadora de Damasco em Paris, Lamia Shakkour, para lembrá-la das obrigações de proteção internacional do corpo diplomático. A França considerou "inaceitável" a passividade das forças de segurança sírias em relação aos indidentes.

Confrontado à mesma violência, o governo da Turquia decidiu neste domingo retirar as famílias de seus diplomatas da Síria por razão de segurança. As embaixadas do Qatar e da Arábia Saudita em Damasco também foram saqueadas ontem. O governo saudita vê por trás dessas agressões o dedo do Irã. 

Os incidentes se multiplicaram nas últimas horas após a decisão, ontem, da Liga Árabe de suspender a Síria da organização, em retaliação ao não cumprimento de um acordo fechado com o regime de Bashar al-Assad para colocar um ponto final à repressão de civis. Assad pediu hoje a convocação de uma reunião extraordinária dos líderes dos países árabes para debater a situação na Síria. 

Durante uma visita à Líbia, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, afirmou que a organização estuda uma maneira de proteger os sírios da violência. Desde março, a população sai nas ruas das principais cidades sírias pedindo a renúncia de Assad. Segundo a ONU, pelo menos 3.500 pessoas já foram mortas pelas forças de segurança.

Assad convocou uma onda de manifestações neste domingo em repúdio à decisão da Liga Árabe de impor novas sanções ao país. O ditador sírio resiste organizando contra-manifestações de simpatizantes do regime. Dezenas de pessoas fizeram um ato de apoio a Assad numa praça no centro de Damasco. A televisão pública síria exibiu imagens de manifestações semelhantes em Alepo, Latakia e outras cidades sírias.

Oposição se reúne em Viena

Cerca de 80 opositores ao regime sírio, provenientes de 27 países, passaram o fim de semana em Viena discutindo o futuro do país. O encontro foi organizado pela União dos Sírios no Exterior e contou com a presença de membros do recém-criado Conselho Nacional Sírio (CNS), grupo formado pelas principais correntes de oposição. Numa declaração adotada em setembro, em Viena, a União dos Sírios no Exterior se deu como objetivo "derrubar o regime sírio para estabelecer no país uma democracia pluripartidária".

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