Obama propõe maior zona de livre comércio a líderes da Ásia e do Pacífico
Durante o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, realizado neste fim de semana no Havaí, os Estados Unidos se empenharam em renovar sua liderança na região. O país anunciou um acordo para criar uma nova zona de livre comércio e insistiu na necessidade de cooperação para combater a crise mundial.
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Raquel Krahenbühl, correspondente da RFI em Washington
Ao final da Cúpula da Apec neste domingo, no Havaí, os dirigentes da Ásia e do Pacífico quebraram a tradição de se vestirem com a roupa local. Anfitrião do encontro, o presidente americano, Barack Obama, achou melhor abandonar este hábito, julgando que seria um pouco ridículo os líderes posarem para a chamada foto de família com as camisas floridas típicas do Havaí. Segundo a imprensa americana, os chefes de Estado e de governo presentes não queriam dar uma demonstração de estarem em férias em um contexto de grave crise mundial.
O comunicado final do encontro dizia que as dificuldades tem fortalecido o compromisso de cooperacão e os líderes decidiram criar uma maior área de livre de comércio.
"Nós reconhecemos que futuras aberturas comerciais são essenciais para se chegar a uma recuperação economica sustentável", explicava o documento.
O presidente Barack Obama afirmou que o comércio com a região pode duplicar as exportações americanas e, dessa maneira, criar milhões de empregos no país.
"Nós não seremos capazes de colocar nosso pessoal de volta ao trabalho a menos que a região tenha sucesso", afirmou Obama.
Para alcançar essa meta, os Estados Unidos anunciaram um acordo para criar a Parceria de Livre Comércio Transpacífica, com a participação de mais oito países: Austrália, Nova Zelândia, Malásia, Brunei, Cingapura, Vietnã, Chile e Peru. Japão, Canadá e México, que não fazem parte do acordo, acabaram expressando interesse em se unirem ao grupo.
É hora da China seguir as regras do jogo, diz Obama
A China também não faz parte do acordo e oficiais chineses se queixaram por não terem sido convidados para participarem das discussões sobre o tratado. Autoridades americanas afirmaram, no entanto, que é preciso que a parceria seja "aspirada" com o cumprimento de padrões de livre e justo comércio.
Obama reafirmou que a China precisa seguir as regras do jogo e lembrou que a desvalorização da moeda chinesa, que encarece as exportacões americanas, e a violação dos direitos intelectuais de companhias americanas ainda são “dores de cabeça” para os Estados Unidos.
"A China não está fazendo o suficiente para permitir que sua moeda se valorize", insistiu Obama, acrescentando em seguida torce pelo crescimento da China.
Durante a cúpula, Obama teve encontros bilaterais com os líderes de China, Rússia e Japão. Apesar da questão econômica ter dominado as conversas, o presidente americano aproveitou para fazer lobby para conter as ameaças nucleares iranianas. Obama disse que sanções econômicas contra o Irã têm um enorme impacto e que ele vai consultar outras nações sobre novos passos para assegurar que o Irã não crie uma arma nuclear.
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