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Síria

"Estou pronto para combater e morrer", declara presidente da Síria

Neste domingo, Bachar al-Assad afirmou que não se inclinará diante das forças estrangeiras que o ameaçam. O ultimato dado pela Liga Árabe para a Síria cessar o banho de sangue contra civis expirou e o país estará exposto a sanções econômicas. A Liga marcou uma reunião extraordinária na próxima quinta-feira para decidir uma estratégia a partir de agora em relação ao governo sírio.  

Bachar al-Assad ao lado de generais das forças armadas sírias.
Bachar al-Assad ao lado de generais das forças armadas sírias. REUTERS/Sana/Files
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Nove meses depois da explosão de uma rebelião sem precedentes contra seu regime, o chefe de Estado sírio, Bachar al-Assad, continua inflexível e cada vez mais isolado no plano internacional. O jornal britânico The Sunday Times de hoje publicou uma entrevista exclusiva, em que Assad afirma "sofrer com cada gota de sangue derramada", mas deve impor o respeito diante dos grupos armados.
"Meu papel de presidente está na ação, não nos discursos ou na tristeza", disse al-Assad, recusando-se a reconhecer a dimensão da rebelião popular que estremece seu país desde março deste ano. Segundo a ONU, mais de 3.500 pessoas teriam sido mortas pelas forças do poder.

Ultimato

Na quarta-feira, a Liga Árabe deu três dias para Damasco parar com as violentas repressões sobre a população civil, sob pena de sanções econômicas. O país também foi suspenso das reuniões da organização. O ultimato expirou e a Síria não deu nenhuma resposta à Liga.

Apesar das pressões cada vez maiores por parte dos ocidentais e dos árabes, Bachar al-Assad é firme em suas declarações: "A Liga Árabe quer criar um pretexto para uma intervenção militar ocidental que provocaria um 'terremoto' na região. A Síria não se inclinará", avisou o presidente, dizendo que está" pronto para combater e morrer se tiver que enfrentar as forças estrangeiras".

Liga Árabe recusa proposta síria

Neste domingo, a Liga Árabe rejeitou o pedido da Síria de receber uma delegação de 500 observadores árabes. A instituição considera que o envio deste grupo mudaria a natureza da missão, que não é vigiar a ação das forças do poder, mas supervisar a concretização do plano árabe para acabar com a crise e proteger os civis.

Vinte pessoas morreram neste fim de semana em confrontos com as forças do poder, segundo o Observatório sírio dos Direitos Humanos.

Oposição se articula e ganha apoio da Turquia

O presidente turco, Abdullah Gül, em entrevista a outro jornal britânico, o Sunday Telegraph, afirmou que "não há mais lugares para regimes autoritários como o da Síria, na costa mediterrânea".

A Turquia apoia a oposição, representada pelo Conselho Nacional Sírio (CNS), que anunciou hoje um projeto de programa político com o objetivo de derrubar o regime e eleger uma assembleia constituinte por um período transitório de um ano.

No caso da queda de Bachar al-Assad, o país seria dirigido pelo Conselho ao lado de uma instituição militar para a unidade e a segurança do país ser preservada. Um governo transitório seria formado, encarregado de organizar eleições livres depois de um ano, sob supervisão árabe e internacional, e elaborar uma nova Constituição. Em seguida, o texto seria submetido a um referendo e, uma vez aprovado, seriam realizadas eleições legislativas no prazo de seis meses.

 

 

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