Síria rejeita propostas da Liga Árabe para saída de Al-Assad
O regime sírio rejeitou na manhã desta segunda-feira o plano da Liga Árabe de solução à crise política no país que prevê, entre outras medidas, a transferência de poder do presidente Bashar al-Assad a seu vice e um governo de união nacional. Damasco denuncia uma ingerência em seus assuntos internos.
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A iniciativa da Liga Árabe também foi criticada por organizações de oposição ao regime sírio por dar mais tempo para o regime prosseguir com sua repressão que já dura 10 meses, desde o início da revolta popular contra al-Assad.
Em uma reunião no domingo no Cairo, a Liga Árabe apresentou um plano em quatro etapas bem definidas: a transferência imediata de poder do presidente Bashar Al-Assad a seu vice, a formação de um governo de união nacional em um prazo de dois meses, a organização de eleições e o apoio da ONU a essas propostas.
A Liga Árabe pediu ao governo sírio e todos os movimentos de oposição de iniciar um diálogo “sério” dentro de duas semanas sob a supervisão da Liga Árabe e da comunidade internacional.
Karine Ermesindo, correspondente dos Emirados Árabes Unidos
Segundo o xieque Hamad ben Jassem ben Jabr al-Thani, chanceler do Catar, a iniciativa garante uma saída pacífica para o dirigente sírio. “Se esta iniciativa não for colocada em prática, nós vamos acionar o Conselho de Segurança (da ONU)”, afirmou.
O regime de Damasco considerou as recomendações da Liga Árabe uma "ingerência flagrante" nos assuntos internos da Síria e uma agressão à soberania do país.
“A Síria rejeita as decisões tomadas contra o país e as considera uma ingerência à sua soberania nacional”, de acordo com um responsável citado pela televisão oficial síria.
Missão
Os ministros das Relações Exteriores da Liga decidiram prorrogar a missão de observadores no país, apesar das críticas da oposição síria de que não consegue por fim à violência do regime. A Liga decidiu aumentar o número de observadores e, ao mesmo tempo, pediu a Damasco para “facilitar o trabalho deles”.
De acordo com a ONU, desde o início da onda de repressão, mais de 5.400 pessoas morreram na Síria.
Embora a Liga Árabe tenha decidido manter a missão de observadores no país, a Arábia Saudita anunciou que vai retirar seus representantes na missão por considerar que a Síria não respeitou até agora nenhum compromisso assumido com os países árabes.
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