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Cúpula de Segurança Nuclear

Plano norte-coreano de lançar míssil domina discussões em Seul

O presidente chinês Hu Jintao exprimiu "grandes preocupações" em relação ao projeto de lançamento de um foguete pela Coreia do Norte, durante uma reunião bilateral com o presidente americano Barack Obama. O tema dominou o primeiro dia da 2ª Cúpula de Segurança Nuclear, que reúne 53 líderes mundiais em Seul para discutir como combater o terrorismo atômico. O governo da Coreia do Sul alertou que irá abater o míssil norte-coreano em pleno voo caso ele sobrevoe seu território.

O presidente americano Barack Obama durante pronunciamento nesta segunda-feira, em Seul.
O presidente americano Barack Obama durante pronunciamento nesta segunda-feira, em Seul. REUTERS/Larry Downing
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A Coreia do Norte foi um dos primeiros temas abordados por Barack Obama e Hu Jintao durante a reunião, segundo informações fornecidas por Ben Rhodes, vice-conselheiro americano para a segurança nacional.

"Os dois dirigentes concordaram em coordenar estreitamente a resposta deles a essa provocação em potencial, comunicar aos norte-coreanos nossa grande preocupação e, se necessário, refletir sobre as ações a serem realizadas no caso do lançamento do satélite", acrescentou o responsável americano.

"Levando-se em conta os laços entre a China e a Coreia do Norte, o presidente considera muito importante que nós trabalhemos estreitamente com a China, e que a China envie uma mensagem forte à Coreia do Norte", disse ainda Ben Rhodes. A China é o único aliado de peso de Pyongyang e principal apoio econômico desse país arruinado.

Na véspera, o presidente Barack Obama havia afirmado que a atitude da China em relação ao seu aliado norte-coreano "não estava funcionando".

O regime comunista de Pyongyang deu início a um novo período de tensão ao anunciar no dia 16 de março o lançamento, previsto para meados de abril, de um míssil de longo alcance transportando um satélite de uso civil. Os Estados Unidos e seus aliados denunciam um tiro disfarçado de míssil, o que seria uma infração às resoluções da ONU proibindo a Coreia do Norte de realizar testes nucleares ou balísticos.

Na manhã desta segunda-feira, Obama já havia enviado uma mensagem para a Coreia do Norte durante um discurso na universidade Hankuk de Seul, dizendo que seu país deseja a paz e prevenindo que as provocações só servem para diminuir a segurança da Coreia do Norte.

O governo da Coreia do Sul alertou nesta segunda-feira que o míssil será abatido em pleno voo caso ele desvie e sobrevoe o território sul-coreano. O Japão, que também se preocupa com a possibilidade do foguete norte-coreano cair em seu território, já preveniu que ativará seus sistemas anti-mísseis.

Além da Coreia do Norte, Barack Obama também advertiu que o governo iraniano tem pouco tempo para manifestar sua boa vontade e solucionar por vias diplomáticas a controvérsia com os países ocidentais sobre seu programa nuclear.

Desarmamento

O presidente americano pediu aos dirigentes dos 53 países reunidos em Seul para "continuar a trabalhar" e prometeu novas ações da parte dos Estados Unidos para reduzir seu próprio arsenal nuclear, em parceria com a Rússia.

Com mais de 1.500 armas nucleares em posições estratégicas e 5.000 ogivas, os Estados Unidos "dispõem de um número maior de armas nucleares do que o necessário", disse Obama.

"Tenho certeza de que podemos garantir a segurança dos Estados Unidos e dos nossos aliados, e manter uma verdadeira força de dissuasão, enquanto continuamos a reduzir nosso arsenal nuclear", declarou.

Segundo os especialistas citados pelos organizadores da cúpula de Seul, existem no mundo um total de 1.600 toneladas de urânio altamente enriquecido (UHE) e 500 toneladas de plutônio, estocadas algumas vezes em condições de segurança discutíveis nas repúblicas da antiga União Soviética e em outros lugares. Para fabricar uma bomba nuclear, são necessários somente 25 kg de UHE ou 8 kg de plutônio.

Ao longo dos últimos vinte anos, a Agência internacional para a energia atômica confirmou 20 casos de roubo ou perda de UHE ou de plutônio, e centenas de casos de outros materiais nucleares desaparecidos.

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