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Síria/Violência

Síria: Comunidade internacional exige aplicação do plano Annan

O exército sírio intensificou nesta quarta-feira suas operações contra os rebeldes em todo o país, fazendo com que a comunidade internacional exija do regime de Bashar al-Assad a aplicação imediata do plano de paz do emissário Kofi Annan, que segundo a ONU foi aceito pela Síria.

A cidade de Homs, destruída pelos ataques do exército sírio, em foto desta quarta-feira.
A cidade de Homs, destruída pelos ataques do exército sírio, em foto desta quarta-feira. REUTERS/Karam Karam
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O diretor geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que o presidente Bashar al-Assad aplique "imediatamente" o plano, que prevê o fim da violência por todas as partes em conflito, o fornecimento de ajuda humanitária e a liberação de pessoas detidas arbitrariamente.

O regime sírio, que aceitou o plano segundo a ONU, alertou em compensação que rejeitaria qualquer nova iniciativa emanando da cúpula árabe desta quinta-feira em Bagdá.

"Desde a sua suspensão da Liga Árabe, a Síria negocia com os Estados membros dessa organização de maneira bilateral. Consequentemente, a Síria rejeitará toda iniciativa que emane da Liga Árabe", declarou o porta-voz do ministério sírio das Relações Exteriores, Jihad Makdessi.

A crise síria esteve nesta quarta-feira no centro da reunião dos ministros árabes das Relações Exteriores em Bagdá, que começaram a redigir uma resolução final pedindo um diálogo entre poder e oposição.

A aceitação por parte de Damasco do plano para tirar a Síria da crise proposto pelo emissário Annan suscitou o ceticismo da comunidade internacional.

Essa decisão é "um importante passo inicial", estimou Ban Ki-moon, ressaltando que "não há tempo a perder".

"Exigimos que o plano de paz seja inteiramente colocado em prática, a começar pelo fim imediato da repressão", indicou o ministério francês das Relações Exteriores.

Aliados

A China, um aliado fiel de Damasco, disse nesta quarta-feira que espera que o regime e a oposição respeitem os "compromissos" previstos no plano Annan.

Moscou, um outro grande aliado do regime de Assad, pediu que a oposição síria "siga o exemplo de Damasco" e aceite "claramente" o plano.

O Irã também declarou apoiar o plano para a Síria apresentado pelo ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan. "A questão síria deve ser tratada com muita paciência. Uma abordagem precipitada dessa questão que deixaria o poder vazio teria consequências nefastas para a região", acrescentou Ali Akbar Salehi, chefe da diplomacia iraniana.

O ministro das Relações Exteriores do Irã afirmou ainda que o emissário especial da ONU e da Liga Árabe estaria em Teerã no início da próxima semana. Mas a informação foi logo desmentida pelo porta-voz de Kofi Annan.

Combates

Hoje os tanques do exército sírio atacaram Qalaat al-Madiq, cidade do centro do país que estava sob assédio há duas semanas. Violentos combates entre as forças do presidente Assad e grupos rebeldes fizeram ao menos 13 mortos, dos quais 4 civis, segundo o Observatório sírio dos direitos humanos.

Outros confrontos aconteceram nas províncias de Homs (centro), onde um civil foi morto por um atirador de elite, Dera (sul) e Idlib (noroeste). Três soldados morreram durante combates em Rastane, na província de Homs.

As violências na Síria fizeram entre nove mil e 10 mil mortos em pouco mais de um ano, segundo uma estimativa da ONU.

 

 

 

 

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