Paris defende uso da força contra regime sírio em caso de fracasso da missão de Kofi Annan

A França e seus aliados estudam recorrer à força se a mediação da ONU fracassar na Síria, segundo uma declaração do chanceler francês Alain Juppé na noite desta quarta-feira, em Paris, depois de uma reunião com os opositores ao regime de Bashar al-Assad.

O chanceler Alain Juppé se reuniu com representantes da oposição síria nesta quarta-feira, entre eles a escritora Rima Flihane e a militante Souhayr Atassi. MAE

Dez dias depois da instauração do cessar-fogo, as violências continuam e dezenas de mortes são registradas diariamente na Síria.

"Isso não pode durar para sempre, queremos que os observadores em grande número, no mínimo 300, sejam enviados a curto prazo, nos próximos 15 dias", disse o ministro das Relações Exteriores francês.

Alain Juppé afirmou que o relatório do enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, diante do Conselho de Segurança da ONU, em 5 de maio, será "o momento da verdade".

"Se isso não funcionar, não podemos deixar que o regime nos desafie. Teremos que passar a uma outra etapa sob o capítulo VII das Nações Unidas a fim de colocar um fim nessa tragédia", disse o chanceler, que não esconde seu ceticismo e diz abertamente que o plano de Kofi Annan está seriamente comprometido.

O capítulo VII da carta das Nações Unidas trata das condições da ação do Conselho de Segurança "em caso de ameaça contra a paz, a ruptura da paz e atos de agressão".

Nesta quinta-feira o exército sírio continua a realizar operações contra os rebeldes em todo o país, e pelo menos três pessoas já morreram, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.