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Síria/Violência

Conflito na Síria já matou 13 mil pessoas; regime nega massacre

O governo sírio rejeitou neste domingo qualquer responsabilidade no massacre de Hula, no centro da Síria, onde morreram uma centena de pessoas na sexta-feira, incluindo mais de 30 crianças menores de 10 anos. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Jihad Maqdisi, culpou supostos 'grupos terroristas' pela tragédia. Em 14 meses de revolta popular, 13 mil pessoas já morreram, segundo novo balanço do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Corpos de combatentes mortos pelas forças do regime, segundo opositores, são enfileirados em uma mesquita de Hula.
Corpos de combatentes mortos pelas forças do regime, segundo opositores, são enfileirados em uma mesquita de Hula. Reuters / Houla News Network
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O OSDH divulgou neste domingo um balanço atualizado das mortes na Síria desde o início da revolta contra o regime de Bashar al-Assad em março do ano passado. Das 13 mil vítimas fatais, 9.183 são civis, 3.072 membros das forças de segurança do regime e 794 desertores do Exército. A prova de que o cessar-fogo negociado pela ONU e a Liga Árabe é sistematicamente violado são as 1.881 pessoas mortas, das quais 1.260 civis, desde o dia 12 de abril, data do início da trégua. O OSDH contabiliza como civis todos os sírios sem formação militar que se juntaram às milícias para combater o regime.

O regime de Damasco negou neste domingo ter responsabilidade no massacre de Hula, que choca a comunidade internacional. Na véspera da chegada ao país do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, autoridades de Damasco anunciaram a criação de um comitê militar para investigar as mortes.

Na versão oficial, de acordo com o porta-voz Jihad Maqdisi, "centenas de homens equipados com metralhadoras, morteiros e outros armamentos pesados foram vistos embarcando em pick-ups para invadir uma zona protegida pelas tropas governamentais". "Eles atacaram postos militares, que reagiram em legítima defesa, e utilizaram pela primeira vez, desde o início do conflito, mísseis antitanques", prosseguiu o porta-voz do regime. 

O general Robert Mood, chefe da missão de observadores da ONU na Síria, não entrou no mérito da autoria do massacre, mas afirmou que os civis mortos em Hula foram vítimas de disparos de artilharia pesada a partir de blindados.

Na manhã de hoje, as forças do regime de Bashar al-Assad travaram intensos combates com rebeldes em um bairro de Damasco, segundo a oposição. O OSDH informou que na capital e na periferia aconteceram várias explosões, uma delas contra um veículo das forças da ordem que causou um número ainda desconhecido de feridos.

O massacre de Hula, localidade da província de Homs (centro), provocou protestos na comunidade internacional. O Exército Sírio Livre, formado essencialmente por desertores, e equipado com armas leves, declarou que não vai mais respeitar o cessar-fogo negociado há um mês e meio por Kofi Annan, devido à violação diária do acordo pelas tropas do regime.

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